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Redes de TV dos EUA demitem Charlie Rose, jornalista acusado de assédio sexual

Oito mulheres haviam denunciado que ele as apalpara ou andara nu diante delas sem consentimento

Charlie Rose recebe prêmio em 2014
Charlie Rose recebe prêmio em 2014Lucas Jackson (REUTERS)

As redes CBS e PBS anunciaram nesta terça-feira a demissão de Charlie Rose, veterano jornalista de renome da televisão, depois que oito mulheres o acusaram de assédio sexual. É o mais recente caso da onda de acusações dessa índole contra personalidades nos Estados Unidos que já castigou totens de Hollywood e políticos nas últimas semanas.

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“Apesar da importante contribuição de Charlie para nossa divisão de informação, não há absolutamente nada mais importante, nesta ou qualquer outra organização, que garantir um lugar de trabalho seguro e profissional, um ambiente de apoio em que as pessoas sintam que podem fazer seu melhor trabalho”, anunciou o presidente da CBS, David Rhodes, em um comunicado. A rede qualificou de “comportamento intolerável” as denúncias contra o jornalista.

Rose, de 75 anos, apresentava um programa matinal na CBS. Também conduzia um programa de entrevistas para o canal público PBS. Ambas as redes o suspenderam na tarde de segunda-feira quando o jornal The Washington Post desvendou o escândalo. Pouco depois do anúncio da CBS, a PBS fez o mesmo e revelou que encerrou a “relação” com Rose e cancelou a distribuição de seus programas.

As acusações vão desde Rose andar nu diante das oito mulheres até fazer comentários obscenos ou tocar em seus peitos, nádegas ou genitais. As denunciantes trabalharam ou colaboraram com o jornalista entre o final dos anos noventa e 2011, e no momento do suposto assédio tinham entre 21 e 37 anos.

Depois das acusações, Rose pediu desculpas a essas mulheres, embora tivesse questionado a verossimilhança de algumas das denúncias. “Eu me desculpo profundamente por esse comportamento inapropriado. Estou profundamente envergonhado”, disse ao Post. “Eu me comportei de forma insensível em algumas ocasiões e aceito a responsabilidade por isso, embora não acredite que todas essas alegações sejam verdadeiras. Sempre senti que agia seguindo sentimentos compartilhados, embora agora me dei conta de que estava enganado.”

Na edição da manhã desta terça-feira do programa CBS This Morning, Gayle King e Norah O’Donnell, as duas apresentadoras ao lado de Rose, foram muito críticas com ele. King disse estar surpreendida pelo comportamento do jornalista, mas manifestou claramente estar ao lado das mulheres que o denunciaram. “Deixem-me ser bem clara. Não há nenhuma desculpa para este suposto comportamento. É sistemático e generalizado”, acrescentou O’Donnell.

O caso de Rose não é incomum no mundo da televisão. Em abril a rede Fox News despediu Bill O’Reilly, seu principal âncora, depois de receber várias denúncias de assédio sexual. Uma investigação jornalística revelou que a emissora conservadora havia durante anos protegido O’Reilly. As denúncias provocaram a fuga de anunciantes. Roger Ailes já tinha sido obrigado a se demitir em julho de 2016 também por denúncias de assédio sexual.

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