Vice-presidente Mike Pence deixa estádio indignado por um protesto racial
Jogadores do San Francisco 49's se ajoelharam durante o hino, um protesto contra o racismo
![Pablo de Llano Neira](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2F54da206b-fa41-42c8-82c2-74ee2ad5197f.jpg?auth=a032241d3c2b4915c0391add9de332ed056bbfffaff10a8bc7a2ce230552b1db&width=100&height=100&smart=true)
![Pence e sua esposa no estádio dos Colts antes de irem embora.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/X2CLFOCK27PIEART76I62OI5AU.jpg?auth=79117c8a62e972ff68e61c9de3ec1b29ed2e0750e1d26838cfc78e084afe7ed2&width=414)
No domingo o hino começou a tocar e vários jogadores do San Francisco 49's se ajoelharam no chão, o gesto que está ganhando visibilidade entre os atletas negros do futebol americano para denunciar a injustiça racial nos Estados Unidos. No palco estava o vice-presidente Mike Pence, que não aguentou e saiu indignado, com sua esposa, do estádio de seu amado Colts de Indianápolis (Indiana, onde foi governador pelo Partido Republicano).
I left today's Colts game because @POTUS and I will not dignify any event that disrespects our soldiers, our Flag, or our National Anthem.
— Vice President Mike Pence Archived (@VP45) October 8, 2017
Pence, um político de pensamento ultraconservador, escreveu no Twitter depois: “Hoje fui embora do jogo dos Colts porque @POTUS [Trump] e eu não vamos participar de nenhum evento no qual nossos soldados, nossa bandeira ou nosso hino nacional sejam desrespeitados”. O presidente Donald Trump imediatamente o apoiou com outra mensagem nesta rede social: “Pedi a Pence que deixasse o estádio se algum jogador se ajoelhasse e desrespeitasse nosso país. Estou orgulhoso dele e da Segunda Dama Karen [Sue Pence]”.
O gesto de se ajoelhar em silêncio enquanto toca o Star-Spangled Banner (A Bandeira das Estrelas), o hino dos Estados Unidos, foi iniciado pelo jogador de futebol americano Colin Kaepernick, antigo quarterback dos 49's agora desempregado e sem equipe que o queira contratar – de acordo com seus defensores como castigo por seu ativismo, segundo outras vozes por seu baixo rendimento na temporada anterior. O ex-presidente Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, reconheceu “o direito constitucional de protestar” e disse que o alvo do protesto era “algo real, um problema legítimo que merece ser discutido”.
![Jogadores do Detroit Lions ajoelhados durante o hino em 24 de setembro.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/LZF6YVGQLLQ47HJMBNWCEP5U7Y.jpg?auth=d7326575cc4a8afb1c4e41816764795b9b0c98b2eb7feca6f8169198bf515332&width=414)
Em contraste, Trump entrou recentemente nesta polêmica como costuma fazer: sem medida. Deixando de lado a mesura esperada de um presidente, chamou de “filhos da puta” os jogadores que fazem este tipo de protesto: “Isto não tem nada a ver com raça. É apenas uma questão de respeito por nosso país e nossa bandeira”, afirmou. E defendeu o boicote da NFL (a Liga de Futebol Americano, o esporte mais popular nos EUA) se não proibisse que os jogadores fizessem o gesto de se ajoelhar.
Em suas mensagens por Twitter o vice-presidente Pence argumentou: “Apesar de que todo mundo tem direito a suas opiniões, não acho que é pedir demais que os jogadores da NFL respeitem a bandeira e nosso hino nacional”. “Estou com o presidente Trump, estou com nossos soldados e sempre estarei nossa bandeira e nosso hino”.