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Trump briga com um astro da NBA e lhe retira o convite para ir à Casa Branca

Presidente dos EUA enfrenta Curry, dos Warriors, horas depois de insultar em um comício outro jogador

O jogador da NBA Stephen Curry durante uma coletiva de imprensa em Oakland. 
O jogador da NBA Stephen Curry durante uma coletiva de imprensa em Oakland. Kyle Terada (USA Today Sports)

Donald Trump encontrou um novo alvo: os esportistas. O presidente dos Estados Unidos foi dormir na sexta-feira chamando de “filho da puta” um jogador de futebol americano, que protagonizou durante meses um protesto pacífico em campo contra a brutalidade policial, e despertou neste sábado retirando o convite para visitar a Casa Branca feito a Stephen Curry, o astro dos Golden State Warriors e bicampeão da NBA, a liga de basquete.

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“Ir à Casa Branca é considerado uma grande honra para uma equipe campeã. Stephen Curry está duvidando, por isso retiro o convite”, tuitou o presidente no início do dia. A tradição estipula que o presidente receba na Casa Branca as equipes ganhadoras de todas as competições esportivas, em sinal de reconhecimento. Na sexta-feira, Curry, astro dos Warriors, que ganharam o título em julho, disse que votaria contra a ida de sua equipe à comemoração em Washington. Grandes astros da NBA saíram em defesa de Curry. O rei, LeBron James, escreveu no Twitter uma mensagem ao presidente: “Ir à Casa Branca era uma honra até você chegar”.

Na sexta-feira, durante um discurso no Alabama, para onde viajou para apoiar a candidatura de um senador republicano. Trump elevou as tensões de uma semana carregada de diplomacia e protocolo, algo ainda difícil para seu caráter impulsivo. Em um estádio, rodeado de seus seguidores mais leais, Trump relaxou em etapas. Primeiro criticou Hillary Clinton, depois, a imprensa. E mais para o final do discurso revelou seu novo filão ao insultar Colin Kaepernick, ex-jogador afro-americano do 49ers, a equipe de futebol americano de San Francisco (Califórnia) na NFL, a liga nacional.

“Vocês não gostariam que um desses donos das equipes da NFL, quando veem que algum desses jogadores falta ao respeito à nossa bandeira, dissesse: ‘Tirem esse filho da puta do campo agora. Está despedido?’”, questionou o presidente dos Estados Unidos, em meio à euforia de muitos. Trump se referia ao protesto pacífico que Kaepernick começou no ano passado antes de cada partida, quando, ao ouvir o hino nacional, se ajoelhava no gramado. Segundo explicou durante semanas, seu gesto era um protesto contra a violência policial contra afro-americanos que ainda existe nos EUA. Vários esportistas da NFL e de outras ligas seguiram o exemplo de Kaepernick.

Na sua gestão, o presidente Barack Obama defendeu o direito do jogador à liberdade de expressão, mas muitos políticos conservadores consideraram que sua ação era ofensiva para com a bandeira e o hino do país. “Algum dono o demitirá”, prosseguiu Trump, “e será o mais famoso durante semanas quando fizer isso. O melhor que vocês podem fazer enquanto isso é abandonar o estádio quando virem esses protestos”.

As críticas de Trump foram dirigidas a dois jogadores afro-americanos. E chegam uma semana depois de a Casa Branca pedir a destituição de um jornalista, também afro-americano, do principal canal esportivo dos EUA por chamar o presidente de “supremacista branco”.

Trump concluiu assim outra semana em que as ameaças e críticas abertas também foram para outros presidentes. Na ONU, onde participou pela primeira vez de uma Assembleia Geral, o republicano afirmou que destruirá totalmente a Coreia do Norte se não houver uma mudança em sua tendência a continuar com testes de mísseis nucleares. Também atacou os líderes do Irã e Venezuela, aos quais ameaçou com mais sanções.

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