Mais de 300 ginastas norte-americanas denunciam abuso sexual de seus treinadores
Uma investigação do Indianapolis Star descobre que 368 meninas sofreram abuso ao longo de um período de 20 anos
Uma investigação do jornal Indianapolis Star revelou na sexta-feira, dia 16 de dezembro, que pelo menos 368 meninas ginastas sofreram algum tipo de abuso sexual nos últimos 20 anos nos Estados Unidos. A investigação, publicada na sexta-feira, afirma que a Federação de Ginástica dos EUA (USA Gymnastics) ignorou de maneira sistemática dezenas de denúncias de jovens ginastas.
O Star, depois de investigar por nove meses a Federação, com sede no Estado de Indiana, escreve que a organização ignorou e não denunciou situações de abuso sexual às autoridades para que elas investigassem os casos denunciados. Segundo os autores, “alguns treinadores (que tinham sido acusados de abusar sexualmente) eram demitidos de academia em academia, sem ser controlados pela Federação e sem perder suas credenciais, como treinadores”.
Ao mesmo tempo, muitos donos de academias e atletas em todo o país decidiam não se queixar à Federação sobre este tipo de situação por medo de perder o financiamento ou sofrer alguma repercussão negativa junto à organização.
A Federação, cuja equipe olímpica feminina obteve numerosas medalhas de ouro nos Jogos do Rio 2016, defendeu em um comunicado que “não há nada mais importante para a USA Gymnastics do que a proteção dos jovens que aprendem e treinam nas academias de todo o país”. O diretor executivo, Steve Penny, acrescentou que “como pai, não há nada que me importe mais do que a saúde e a proteção dos pequenos”. A organização designou um ex-promotor federal para que investigue e avalie as políticas e procedimentos da Federação para corrigir a situação.
Em um caso particular, Rachel Denhollinder disse à rede BBC que foi abusada sexualmente quando tinha 15 anos pelo médico da equipe olímpica da Federação, Larry Nassar, inclusive quando sua mãe estava no mesmo cômodo. “Era muito difícil para mim entender que uma pessoa assim estivesse fazendo algo dessa natureza, então eu sempre concluía que o problema era meu”.
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