Atentado duplo deixa ao menos 38 mortos em Istambul
Há outros 155 feridos, em sua maioria policiais que vigiavam um estádio de futebol onde o ataque ocorreu
![Andrés Mourenza](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fd6901782-2f79-41c1-9897-03dec748d8c1.png?auth=ef0d437bdbaf779179d0997d6d506ac025dfadccb78c112de77e41059148213f&width=100&height=100&smart=true)
Ao menos 38 pessoas morreram e outras 155 ficaram feridas em um duplo atentado durante a noite de sábado em Istambul (Turquia), segundo o ministro do Interior. Um carro bomba explodiu nas imediações do estádio de futebol do clube Besiktas em pleno centro da cidade, e um homem-bomba se matou em frente a um grupo de policiais no parque Maçka. Segundo as primeiras informações apuradas, o alvo dos ataques pode ter sido os agentes encarregados da segurança do estádio, já que as autoridades confirmaram que 27 das vítimas fatais eram policiais e ao menos duas eram civis.
![Um dos locais onde ocorreram as explosões.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MHKYOOZEIPUITYJ6OAT5L3JYEE.jpg?auth=e9701858ea980bb1a2421dae98fe64a509e07b2def71e7f382a19047d6919e49&width=414)
"Um ato terrorista dirigido contra as nossas forças de segurança e cidadãos em Besiktas ocorreu nesta noite", disse o presidente Recep Tayyip Erdogan em um comunicado. Não foi confirmado quem está por trás das explosões, mas o ministro do Interior da Turquia, Soliman Soylu, anunciou que 10 pessoas foram detidas.
O ataque aconteceu às 22h30 (17h30 de Brasília), cerca de uma hora e meia após o término da partida entre Besiktas e Bursaspor. No momento da explosão, não havia jornalistas ou jogadores dentro do estádio e a imensa maioria dos torcedores já havia saído, segundo explicou o ministro do Interior, Süleyman Soylu. No entanto, a região é uma área de muito movimento e que se encontra perto da praça de Taksim, centro noturno aos finais de semana.
O ministro do Transporte turco, Ahmet Arslan, declarou em sua conta do Twitter que se trata de um "atentado terrorista". Segundo a rede de televisão NTV, aconteceram duas detonações, em ambos os casos feitas por microônibus carregados com explosivos. O ministro Soylu também afirmou que o ataque foi efetuado com "veículos bomba". Um deles explodiu perto da porta pela qual saíram os torcedores do Bursaspor, mas eles já haviam deixado o estádio. O outro explodiu em uma rua próxima. Ele também acrescentou que se averigua se os casos se trataram de atentados suicidas.
A equipe de futebol Bursaspor confirmou através de sua conta de Twitter que nenhum de seus seguidores se feriu. "Contatamos nossas torcidas. Aparentemente não há feridos entre elas. Desejamos a todos os afetados uma pronta recuperação".
Os feridos foram levados aos hospitais próximos e nos arredores do ocorrido há o som de muitas ambulâncias. A polícia isolou o local e a imprensa foi proibida de chegar perto dos arredores do estádio. O Conselho de Rádio e Televisão Pública impôs uma proibição temporária na veiculação de certas imagens do atentado, ainda que a maioria dos meios sigam informando sobre o ocorrido.
Ainda que nenhum grupo ainda tenha reivindicado o ataque, vários grupos armados realizaram atentados similares na Turquia durante o último ano. O Estado Islâmico realizou três ataques suicidas em movimentadas áreas de Istambul. Também os grupos armados curdos Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) cometeram importantes atentados nos centros de grandes cidades turcas desde o fim das negociações de paz do ano passado.
O ataque aconteceu apenas um dia depois de uma macro-operação policial contra o crime organizado e grupos armados com ações simultâneas em todo o país, das quais participaram 40.000 agentes.