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Acusado de matar família na Espanha trocou mais de 100 mensagens com cúmplice

Reportagem do ‘Fantástico’ revela comunicação da dupla ao longo de duas horas e meia

Marvin Heriques (de costas), depois de ser detido na sexta-feira passada em João Pessoa.
Marvin Heriques (de costas), depois de ser detido na sexta-feira passada em João Pessoa.DIOGO ALMEIDA (EFE)

O programa Fantástico, da Rede Globo, revelou neste domingo fragmentos da conversa que Patrick Nogueira Gouveia e seu amigo Marvin Henriques Correia, detido no Brasil, teriam mantido por WhatsApp enquanto o primeiro supostamente matava a facadas quatro membros da sua família em Pioz (Espanha), em 17 de agosto deste ano.

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A reportagem reproduziu algumas mensagens com detalhes escabrosos do quádruplo homicídio, incluindo a sequência dos crimes e o fato de que o suposto assassino se gabava de estar de luvas a todo momento. Esses dados ainda não estão em poder dos investigadores espanhóis, para os quais a conversa não consta e não se encaixa nas pistas.

Segundo o Fantástico, no dia do quádruplo homicídio e esquartejamento, os jovens trocaram cerca de 100 mensagens a partir de 10h (hora local da Paraíba; 14h na Espanha), durante aproximadamente duas horas e meia.

A polícia paraibana, segundo a reportagem, chegou a estas mensagens porque Marvin Henriques, que se encontrava em João Pessoa, emprestou seu telefone a um amigo, que, ao ver as conversas e algumas imagens dos assassinatos, decidiu guardar os registros para si. Posteriormente, as publicou na Internet, e assim elas foram parar nas mãos da polícia.

O Fantástico reproduziu algumas das mensagens, como aquela em que o suposto assassino narra ter chegado à casa trazendo pizzas, como se estivesse fazendo um visita de cortesia; que conversou com Janaína dos Santos, mulher do seu tio Marcos, antes de matá-la em primeiro lugar; a suposta sequência dos assassinatos (o último a ser morto foi Marcos); e como os dois amigos discutiram maneiras pelas quais Patrick, de 19 anos, poderia apagar as pistas do crime e fugir do chalé de Pioz sem despertar suspeitas.

Marvin Henriques e Patrick Nogueira.
Marvin Henriques e Patrick Nogueira.

Marvin Henriques Correia, de 18 anos, foi detido na Paraíba como suposto colaborador do crime. A polícia paraibana afirma que o suposto cúmplice “deu conselhos em tempo real” ao seu amigo em Pioz para cometer o crime e ocultar os cadáveres. Após fugir para o Brasil, Patrick voltou à Espanha e se entregou às autoridades locais.

A versão divulgada pela Globo não se encaixa, até agora, com a reconstituição montada pela Guarda Civil espanhola, já que o celular de Patrick – o aparelho que delatou sua presença em Pioz no dia dos crimes – só foi acionado em duas ocasiões, por volta das 18h (11h em Brasília), e depois disso só voltaria a ser usado às 6h do dia seguinte, pouco antes de o jovem tomar um ônibus nessa localidade para voltar à república estudantil onde vivia, em Alcalá de Henares, uma cidade próxima a Madri e a 24 quilômetros de Pioz.

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