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Flórida confirma 10 novos casos de Zika contraído por mosquito dentro dos EUA

Até agora, os motivos mais comuns de contágio eram a transmissão sexual ou as viagens para países com alta presença do Zika vírus

O Estado da Flórida identificou nesta segunda-feira dez novos casos de transmissão local do Zika vírus na mesma área de Miami onde na sexta-feira foram confirmados os quatro primeiros casos dos EUA. O governador Rick Scott disse que a transmissão aconteceu por picadas de mosquitos autóctones (ou seja, originário do próprio local) e pediu ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a agência federal responsável por esse tipo de emergência, que coopere com a investigação sobre o recente surto.

O governador da Florida, Rick Scott, em entrevista à imprensa.
O governador da Florida, Rick Scott, em entrevista à imprensa.Tamara Lush (AP)
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Estes 14 casos do vírus são os primeiros transmitidos por um mosquito autóctone dos mais de 1.650 já registrados no território continental dos Estados Unidos. Até agora, os motivos mais comuns de contágio eram a transmissão sexual ou as viagens para países com alta presença do Zika vírus. Esse novo padrão de transmissão provocou inquietação no governo estadual, que garantiu estar tomando todas as medidas possíveis para atenuar a propagação do vírus.

“Solicitei à Equipe de Resposta de Emergência do CDC que ajude o Departamento de Saúde da Flórida em suas pesquisas e no recolhimento de amostras de mosquitos, bem como apoio para a resposta aos casos confirmados”, disse o governador Scott num comunicado.

Os casos confirmados foram encontrados num perímetro reduzido do condado de Miami-Dade, ao norte do centro da cidade de Miami. De acordo com Scott, a transmissão é limitada a essa pequena área de menos de dois quilômetros quadrados, depois que outros distritos vizinhos foram descartados. O governador, que disse que o método mais provável de transmissão foi a picada de mosquitos autóctones, afirmou que as autoridades estaduais estão fazendo todo o possível para limitar a propagação e manter a população ao abrigo de todos os riscos.

Num telefonema para jornalistas, o diretor do CDC, Tom Frieden, recomendou às mulheres que estão grávidas ou que planejam engravidar não viajar à área afetada, pois o Zika vírus pode causar microcefalia em recém-nascidos. Frieden admitiu que os inseticidas utilizados para reduzir as populações de mosquitos na área afetada não deram os resultados esperados e anunciou que, depois de uma verificação a ser realizada nesta semana, o CDC e o governo Flórida tomarão novas medidas para conter expansão do surto.

No entanto, Frieden salientou que o mosquito portador do vírus é “muito difícil de controlar” e que, portanto, “existe a possibilidade de que o vírus seja transmitido no futuro pela área afetada”. Alertando sobre a relativa gravidade da situação, Frieden ressaltou a importância do uso de repelente contra mosquitos para aqueles que vivem na área afetada e, mais geralmente, em zonas úmidas e com vegetação abundante, pois esse clima pode facilitar o desenvolvimento de novos mosquitos portadores do vírus.

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