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EUA identificam os primeiros casos de zika por picada de mosquito local

O Estado de Flórida anuncia a presença dos primeiros quatro pacientes infetados em seu território

Morador da Flórida mostra larvas de mosquito encontradas em sua casa em Miami.
Morador da Flórida mostra larvas de mosquito encontradas em sua casa em Miami.RHONA WISE (AFP)

O Estado da Flórida confirmou na sexta-feira os primeiros quatro casos de transmissão do Zika vírus por meio de picadas de mosquito autóctone, natural dos próprios Estados Unidos. O governador Rick Scott revelou que, embora as autoridades ainda não tenham encontrado exemplares de insetos portadores do vírus, foi descartada qualquer outra via de contágio no que se refere a estes pacientes.

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Os EUA registraram até agora mais de 1.650 casos de contágios pelo zika, mas esses quatro casos — três homens e uma mulher — são os primeiros em que a infecção não ocorreu por transmissão sexual ou por viagens a países como o Brasil, o mais afetado pelo vírus.

“Este não é um problema exclusivo da Flórida, mas de todo o país, apenas acontece que nós estamos na linha de frente”, disse na sexta-feira Rick Scott, governador da Flórida. Os quatro pacientes contraíram o vírus na mesma área ao norte da cidade de Miami. A região também registrou 151 dos 380 casos detectados na Flórida desde fevereiro.

O Zika vírus é transmitido principalmente pela picada de mosquitos, mas também foram detectados casos de contágio por transmissão sexual. As pessoas afetadas podem apresentar sintomas leves, mas a infecção durante a gravidez pode provocar casos de microcefalia e defeitos graves no feto.

As autoridades da Flórida, segundo comunicou seu Departamento de Saúde, estão monitorando essa pequena região para detectar novas transmissões do vírus por picada de mosquito. Durante sua declaração à imprensa, o governador Scott recomendou que as mulheres que vivem nessa área e que estejam grávidas, ou que acreditem que possam estar, visitem seus médicos ou entrem em contato com o departamento de saúde do estado.

Nesta semana, Nova York registou o primeiro nascimento de um bebê com microcefalia associado ao vírus, cuja mãe foi infectada durante uma viagem à região afetada. As autoridades norte-americanas alertaram nos últimos meses que a chegada do verão poderia fazer disparar o número de contágios por picadas de mosquito no sudeste do país, onde as altas temperaturas e os altos níveis de umidade poderiam favorecer novos surtos.

Apesar desses avanços, o Governo federal ainda não recomendou que as mulheres grávidas deixem de viajar para essa região. “Ainda precisamos estudar fatores como o número de casos de contágio, o lugar onde acontecem e a frequência com que ocorrem para determinar que tipo de recomendações devemos dar aos cidadãos”, disse Vivek Murthy, Cirurgião Geral dos EUA, à Associated Press.

As autoridades de saúde, no entanto, pediram ao condado de Miami-Dade que interrompesse as doações de sangue até que possam examinar todas as unidades para detectar a presença do vírus. A Administração de Alimentos e Medicamentos também solicitou que as pessoas que visitarem essa região do país não doem sangue depois, medida que já é aplicada aos cidadãos que viajaram à região afetada pelo surto em países como o Brasil.

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