2015 foi o ano mais quente desde o início das medições em 1880
Dezembro foi o mês com a temperatura média mais alta dos últimos 136 anos


O ano passado foi o mais quente desde o começo dos registros, em 1880. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) deu a confirmação na quarta-feira com a publicação de seu resumo anual. Além disso, o último mês de dezembro foi o mais quente dos últimos 135 anos.
Essa agência, uma das referências internacionais no acompanhamento do processo de aquecimento global sofrido pelo planeta, concluiu que durante 2015 a “temperatura média global” das superfícies terrestres e oceânica esteve 0,9 graus acima da média do século XX. A média é de 13,9 graus centígrados. Além disso, a flutuação em relação a todo o período em que se tem registros (1880-2015) também foi a maior de todos os tempos. O recorde anterior foi registrado em 2014. A NOAA também afirmou que “dez meses de 2015 tiveram temperaturas recorde”.
As agências meteorológicas internacionais já alertaram durante o ano passado que os recordes de temperatura estavam sendo batidos. Em novembro, antes da Cúpula do Clima de Paris, o Escritório Meteorológico britânico (Met Office) já avisou que a temperatura do planeta no final de 2015 seria quase um grau acima da média anterior à Revolução Industrial. E a Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, afirmou depois que em 2015 a marca de um grau foi ultrapassada.
Na reunião de Paris, 195 países fixaram o objetivo de deixar o aumento da temperatura global no final deste século muito abaixo dos dois graus.
A NOAA ressaltou na quarta-feira que durante o ano passado foram alcançadas “temperaturas recorde” em muitas regiões do planeta como a América Central e “grande parte do norte da América do Sul”. E também no norte, sul e leste da Europa.
No relatório da NOAA foi incluída uma listagem dos 16 anos mais quentes do período 1880-2015, e 15 deles foram registrados durante este século. Só 1998 aparece nesta listagem fora do século XXI.
Mudança climática
A NASA confirmou também o recorde de calor durante 2015. A agência norte-americana apontou que a temperatura superficial média do planeta aumentou cerca de um grau Celsius desde finais do século XX, "uma mudança em grande parte impulsionada pelo acréscimo de dióxido de carbono e outras emissões à atmosfera". Os níveis de acumulação desses gases também estão em níveis recorde.
"A mudança climática é o desafio de nossa geração", assinalou por meio de um comunicado Charles Boldenel, responsável pela NASA. A organização lembrou que a "maior parte do aquecimento" se deu nos últimos 35 anos, coincidindo com o acréscimo da emissão de gases de efeito estufa por parte do homem.
O recorde de calor de 2015 pode durar pouco, igual ao que ocorreu com o de 2014. O Escritório Meteorológico britânico já indicou que este 2016 poderia ser ainda mais caloroso devido também ao efeito do fenômeno El Niño.
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