_
_
_
_
_

14 mortos em tiroteio em San Bernardino, nos Estados Unidos

Forças de segurança do condado de San Bernardino buscam "entre um e três suspeitos"

Policiais em San Bernardino.
Policiais em San Bernardino.Doug Saunders (AP)

Um tiroteio em um centro de serviços sociais para pessoas com deficiência no condado de San Bernardino (California) deixou nesta quarta-feira ao menos 14 mortos e 17 feridos. O ataque foi executado por três homens fortemente armados, segundo informou o escritório do delegado da localidade.

Mais informações
Tiroteio em universidade do Oregon deixa ao menos 13 mortos
Obama afirma que os Estados Unidos ficaram “insensíveis” aos tiroteios
Casa Branca insiste em restringir as armas após mortes de jornalistas
Dois jornalistas são assassinados a tiros ao vivo em TV nos Estados Unidos

Após quatro horas do tiroteio, a polícia disparou contra um carro modelo SUV em uma dramática troca de tiros em plena rua a cerca de três quilômetros do centro médico. O veículo correspondia com a descrição dada pelos testemunhos de uma pessoa que estava no estacionamento do centro médico pouco antes da polícia chegar. A polícia entrou em confronto com dois suspeitos e feriu pelo menos um deles. O terceiro suspeito ainda não foi localizado. Um agente policial também foi ferido.

Este é o sexto pior massacre da história dos EUA e o pior desde dezembro de 2012, quando 27 pessoas foram mortas em uma escola em Newtown (Connecticut).

O lugar onde ocorreu o ataque é o Inland Regional Center, um centro médico de tratamento de problemas mentais e autismo em San Bernardino, a cerca de 100 quilômetros de Los Angeles. Um porta voz da polícia disse que se estava celebrando uma festa de Natal no local quando os três suspeitos entraram nas instalações e começaram a atirar.

Obama: "Nós nunca devemos pensar que isso é normal"

Em uma entrevista para a rede de televisão CBS, o presidente americano, Barack Obama, condenou o tiroteio e lamentou novamente a constância de mortes por disparos de armas de fogo nos Estados Unidos. "Não há um padrão similar ao de nosso país em nenhum outro lugar do mundo", disse.

"Devemos nos unir e agir de forma bipartidária para que esse tipo de evento seja raro, no lugar de algo normal. Nunca deveríamos pensar que isso é algo que está dentro do comum, porque não acontece em outros países", completou Obama em referência ao seu plano de endurecer o controle de armas de fogo.

Os motivos do ataque, contudo, não são conhecidos. "Não temos nenhuma informação neste momento de que isso teve alguma relação terrorista, no sentido tradicional em que poderíamos pensar", disse o chefe da polícia local, Jarrod Burguan. É pouco comum que esse tipo de ataque tenha mais de um atirador.

Quatro horas depois do massacre, a polícia não podia confirmar o número de atacantes ou o aspecto deles, apenas que levavam armas de grande porte. Segundo contou David Johnson, que ouviu os disparos da rua, tudo durou cinco minutos.

Nervosismo na rua

Em frente a barreira policial, Marcos Aguilera, residente de Riverside, relatou ao EL PAÍS que sua esposa Eliane é assistente social no centro. Ele enviou uma mensagem para ela às 11 horas dizendo que ouviu tiros. "Eu disse a ela para ficar no escritório, fechar a porta e se esconder", contou. Ele não conseguiu ver os atiradores. "Quando a tiraram do escritório, ela viu corpos sendo retirados".

Algumas testemunhas também relataram que os atiradores estavam vestidos com uniformes militares, coletes de proteção e com rostos cobertos por máscaras pretas. De acordo com os primeiros elementos da investigação, eles pareciam agir de forma muito organizada e coordenada.

O escritório do delegado de San Bernardino, que tem cerca de 200.000 habitantes, informou meia hora depois de iniciado o tiroteio - às 11h (17h em Brasília) - que a situação ainda não estava sob controle e que os suspeitos estavam sendo procurados em uma SUV preta. Há "várias vítimas", disseram as autoridades.

De acordo com informações da polícia, os atiradores estavam "fortemente armados", provavelmente com rifles. Forças especiais inspecionaram o prédio em busca de possíveis explosivos.

O Inland Regional Center, onde ocorreu o tiroteio tem cerca de 670 empregados que prestam serviços para cerca de 30 mil pacientes (crianças e adultos) dos condados de San Bernardino e Riverside. No momento to ataque, centenas de pessoas estavam dentro do edifício, conforme disse a polícia. A maior parte foi libertada a salvo.

O acesso ao centro da cidade, que também fica perto de um famoso campo de golfe, foi bloqueado. O nervosismo policial era evidente em decorrência da confusa situação.

A busca dos suspeitos estava nas mãos de uma equipe de operações especiais da polícia (SWAT). Imagens aéreas da TV mostraram dezenas de pessoas sendo evacuadas do prédio e recebendo atendimento pelos serviços de segurança. As autoridades também publicaram mensagens em redes sociais para que os cidadãos evitassem a região do tiroteio, onde eles estavam procurando os suspeitos.

Nos Estados Unidos, com uma população de 321 milhões de habitantes, calcula-se que existam 270 milhões de armas de uso privado, o que equivale a nove armas para cada dez pessoas em média. É a mais alta proporção do mundo. A proporção da maior potência mundial é o dobro da média do segundo país na classificação: O Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe.

Em média, 297 pessoas são atingidas por disparos de armas de fogo por dia nos Estados Unidos, segundo dados da Campanha Brady contra a Violência das Armas. Dessas, 89 morrem por dia.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_