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Polícia de San Bernardino identifica e mata suspeitos de massacre nos EUA

Trata-se de Syed Farook, norte-americano, e de sua mulher, Tashfeen Malik

O chefe de polícia de San Bernardino em entrevista coletiva na quarta-feira.
O chefe de polícia de San Bernardino em entrevista coletiva na quarta-feira.ALEX GALLARDO (REUTERS)

A polícia de San Bernardino (Califórnia, EUA) identificou oficialmente na quarta-feira à noite (hora local) Syed Farook, de 28 anos, e sua mulher, Tashfeen Malik, de 27, como prováveis autores da pior chacina dos últimos anos nos Estados Unidos. Ao todo, 14 pessoas morreram e 17 ficaram feridas a tiros quando duas pessoas mascaradas invadiram uma festa natalina e começaram a atirar. O fato de os suspeitos terem nomes árabes e agirem em conjunto, de forma aparentemente premeditada, coloca esse novo massacre numa dimensão completamente diferente das tragédias desse tipo que são tristemente habituais nos Estados Unidos. Os investigadores se negam a especular sobre a motivação dos agressores.

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Farook, há cinco anos inspetor de saúde do condado, era cidadão norte-americano e não consta que tivesse antecedentes criminais. Meses atrás, ele viajou a Arábia Saudita e voltou com a esposa, segundo a agência Associated Press. Patrick Baccari, colega de trabalho de Farook, relatou ao Los Angeles Times que o suspeito acabara de se casar e tinha uma filha pequena. O chefe da polícia local, Jarrod Burguan, afirmou que não se sabe qual religião ele seguia.

A polícia chegou até ele pelo relato dos sobreviventes. Na manhã de quarta-feira, um grupo de funcionários dos serviços de saúde do condado de San Bernardino, 100 quilômetros a leste de Los Angeles, participavam de uma festa de Natal numa sala de um centro de reabilitação para deficientes mentais. Segundo Burguan, Farook estava na festa. Num dado momento, saiu irritado, após um “desentendimento”.

Por volta de 11h (5h em Brasília), duas pessoas mascaradas, usando “trajes táticos” e armadas com rifles de assalto, segundo a descrição da polícia, entraram no local e começaram a disparar. A cena durou quatro minutos. Quando a polícia chegou, já não encontrou os agressores. Antes do tiroteio, centenas de pessoas estavam no centro de reabilitação.

Os investigadores foram a várias residências relacionadas a Farook. Numa delas, em Redlands, localidade vizinha a San Bernardino, viram sair um veículo 4 x 4 escuro que se encaixava na descrição de um carro que havia sido visto deixando o estacionamento da clínica. Após uma perseguição, ocorreu um tiroteio no qual um agente ficou ferido, e Farook e Malik morreram. Uma terceira pessoa foi detida tentando fugir do local, mas até a noite de quarta-feira (madrugada de quinta no Brasil) a polícia não sabia confirmar se esse fugitivo tinha relação com o massacre. O policial Burguan afirmou que há quase certeza de que as duas pessoas abatidas foram os autores do ataque.

Em princípio, a pista que a polícia seguia apontava para uma intensa discussão que terminou em tiros. Mas Burguan foi claro ao dizer que o armamento utilizado, a coordenação de pelo menos duas pessoas e a vestimenta de tipo militar “fazem pensar em uma premeditação”. Os investigadores passaram 12 horas examinando o local da chacina e encontraram três artefatos explosivos.

A matança de quarta-feira na Califórnia foi a mais grave em número de vítimas desde o massacre da escola primária de Sandy Hook, em 2012, e é a primeira em que há mais de um atirador desde o ataque ao colégio de Columbine, em 1999.

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