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Chefe do Painel sobre Mudança Climática da ONU renuncia

Polícia indiana investiga por assédio sexual Rajenda Pachauri, prêmio Nobel da Paz

Rajendra Pachauri, em conferência em Berlim em abril de 2014.
Rajendra Pachauri, em conferência em Berlim em abril de 2014.S. LOOS (REUTERS)

O indiano Rajendra Pachauri, de 74 anos, deixou nesta terça-feira o cargo de presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, depois de ter sido acusado na semana passada de assédio sexual. Pachauri, no cargo desde 2002, ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2007 como presidente do IPCC.

A denúncia foi feita por uma funcionária de 29 anos do Instituto de Energia e Recursos de Nova Delhi, do qual Pachauri é o diretor-geral. A mulher acusa o indiano de assediá-la com e-mails e mensagens de texto impróprias, segundo o jornal Financial Times. Pachauri nega as acusações e afirma que suas contas de e-mail “foram pirateadas e utilizadas para enviar mensagens à funcionária que fez a denúncia”, segundo nota de um tribunal de Nova Delhi citada pelo jornal britânico.

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Os advogados de Pachauri falam em “conspiração” para destruir a reputação do ex-presidente do IPCC. Sua demissão vem em plena arrancada de uma reunião da instituição em Nairóbi (Quênia). O atual vice-presidente do IPCC, Ismail El Gizouli, assumirá interinamente a presidência, segundo comunicado do órgão da ONU.

O IPCC fica acéfalo na reta final da tentativa de alcançar, finalmente, um acordo internacional de redução de emissões de CO2 que inclua os principais emissores, que são os EUA e a China. A cúpula chave será realizada em dezembro em Paris (França).

Em dezembro do ano passado, Pachauri apresentou o mais recente relatório de sua organização, que pedia aos Governos do mundo todo que evitassem uma elevação de mais de dois graus na temperatura do planeta ao longo deste século. “Não nos resta muito tempo até que passe esta oportunidade para evitar os dois graus de aquecimento”, advertiu Pachauri. “Para ter boas chances de permanecer abaixo dos dois graus a custo razoável, precisamos reduzir as emissões entre 40% e 70% em nível mundial entre 2010 e 2050 e diminuí-las a um patamar nulo ou negativo em 2100. Temos essa chance, e a escolha está em nossas mãos.”

“As decisões tomadas hoje [a demissão e a substituição de Pachauri] asseguraram que a missão do IPCC de avaliar a mudança climática continua sem interrupção”, declarou nesta terça-feira Achim Steiner, diretor executivo do Programa da ONU para o Meio Ambiente, uma das entidades que promovem o IPCC, ao lado da Organização Meteorológica Mundial.

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