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Como passar o inverno sem ficar doente

O resfriado comum é um mal habitual durante os meses frios. Existem medidas eficazes de prevenção?

Paulistanos saem com suas roupas de inverno.
Paulistanos saem com suas roupas de inverno.Paulo Pinto (Fotos Públicas)

Encontrar a cura ou o método preventivo do catarro comum tem sido, e realmente é, o santo graal de cientistas e empresas farmacêuticas, mas no momento é preciso conformar-se tão somente com a existência de fármacos e remédios que aliviam os sintomas. “Podemos adotar medidas de prevenção, mas é impossível garantir que não adoeceremos”, enfatiza Jaime Jesús Pérez Martín, técnico de Saúde Pública do Serviço de Prevenção e Proteção da Saúde do Departamento de Saúde e Política Social de Múrcia.

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Tomás Pomarola, da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SEIMC), comenta: “O problema é que existem mais de 200 vírus – o mais comum é o rinovírus – que causam catarro com sintomas semelhantes aos da gripe. A população confunde esses processos infecciosos, e daí a imagem ruim da vacina: muitos acreditam que imunizar-se anualmente é ineficaz, quando o que acontece, na realidade, é que estão sofrendo um processo viral distinto”. Assim, para a gripe existe a vacina, que é eficaz em 60-70% da população saudável “e útil para evitar as complicações graves que possam derivar dela”, segundo observa Pérez Martín. Mas como nos livramos do resfriado comum? Isso é difícil.

"O motivo principal da dificuldade de evitar essas infecções virais se deve a que, enquanto no outono ou inverno a temperatura corporal é de 37 graus, a da mucosa nasal (a porta de entrada dos vírus do resfriado) baixa para 33 e 34. Isso favorece sua sobrevivência e também está associado ao fato de que nos meses mais frios do ano permanecemos amontoados em espaços comuns, favorecendo a transmissão”, diz Pomarola.

"A vitamina C reduz a duração do catarro, mas não evita o seu aparecimento", diz Jesús Pérez, técnico de Saúde Pública

José Ramón Llorente, presidente da Associação de Profissionais e Autônomos das Terapias Naturais da Comunidade Valenciana e da Sociedade Espanhola de Nutrição Ortomolecular, recorda que, como diz o velho ditado, “um resfriado dura uma semana sem remédios e sete dias com eles”. No entanto, propõe atender os incômodos sintomas reforçando nossa resposta imunitária. “Com caldos cuja composição se baseie em alimentos como a cebola, o limão, o alho ou os sumos de vegetais, assim como utilizando princípios ativos que fortaleçam a área afetada, como a própolis (resina de abelhas), o azeite de orégano ou as vitaminas do grupo B, entre outras”, enumera.

Isso serve para aliviar os sintomas quando se está resfriado, mas não há nenhum alimento que o previna? Nem sequer a vitamina C (lembremos que Linus Pauling, grande pesquisador na matéria, chegou a receber o Nobel de Química em 1954)? Jesús Pérez Martín, técnico de Saúde Pública, responde: “Parece estar limitada a reduzir a duração dos catarros ou resfriados, mas não evita o seu aparecimento”.

As únicas medidas eficazes de prevenção desses processos virais passam, em suma, pela nossa higiene pessoal e dos que nos rodeiam:

  • Cubra sua boca e nariz ao tossir, espirre em um lenço de papel e o jogue no lixo.
  • Se não tiver um lenço de papel, tussa e espirre sobre a manga de sua camisa, para não contaminar as mãos.
  • Evite tocar com as mãos os olhos, o nariz ou a boca.
  • Lave as mãos frequentemente com sabão (durante 15-20 segundos) e, sobretudo, depois de tossir ou espirrar.
  • Não compartilhe objetos pessoais de higiene ou uso cotidiano (copos, toalhas…).
  • Ventile diariamente a casa, quartos e espaços comuns.
  • Limpe com frequência as superfícies e objetos de uso comum com produtos de limpeza (roupa, louça, bancadas, banheiros, maçanetas. Brinquedos, telefones…).

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