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Estados Unidos suspendem a entrada de pessoas vindas do Brasil por causa do coronavírus

A Casa Branca anuncia a medida no dia em que alcançamos o segundo lugar entre os países com mais casos da covid-19 em todo o mundo

Apoiador de Bolsonaro participa de protesto contra a quarentena em São Paulo neste domingo.
Apoiador de Bolsonaro participa de protesto contra a quarentena em São Paulo neste domingo.AMANDA PEROBELLI (Reuters)
Pablo Ximénez de Sandoval

Os Estados Unidos proibiram neste domingo a entrada de viajantes do Brasil por causa do risco de acelerarem a propagação do coronavírus em seu território. A medida foi tomada no dia em que o Brasil se tornou oficialmente o segundo país do mundo com mais os casos confirmados da covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. O veto ao Brasil se soma aos que já estão em vigor para viajantes da China, Irã, União Europeia e Reino Unido.

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-FOTOGALERIA- AME932. SAO PAULO (BRASIL), 19/05/2020.- James Alan, coordinador de los sepultureros, posa para Efe mientras descansa de los entierros este 18 de mayo en el cementerio Vila Formosa, en Sao Paulo (Brasil). Doce horas y 62 entierros. Una jornada sin respiro en la que no hay tiempo ni para rezar a los difuntos. Así es el día a día de los sepultureros del cementerio brasileño de Vila Formosa, el mayor de Latinoamérica, en plena pandemia de coronavirus: "Es un cuerpo detrás de otro, no paramos". 15:00-18:00: INSULTOS, PELEAS ENTRE FAMILIARES Y ENTIERROS A OSCURAS: En la tarde hubo varios momentos tensión. El primero fue cuando el hijo de un padre fallecido con sospecha COVID-19 empezó a insultar gravemente a Adenilson. "¡Imbécil!¡Vete a tomar por culo!", le exclamó al exigirle que ayudara a agrandar el tamaño de la fosa asignada para su padre. Lejos de alarmarse, Edenilson se apartó del lugar y guardó silencio. EFE/ Fernando Bizerra
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BRA102. BRASÍLIA (BRASIL), 24/05/2020.- El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, se reúne con simpatizantes este domingo, en Brasilia (Brasil). Cientos de seguidores del presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, se aglomeraron este domingo cerca del palacio de Gobierno para alabar a su ídolo, que sin protección se mezcló entre la multitud, ignorando de nuevo las recomendaciones por el COVID-19, una pandemia que no es prioridad para el mandatario. EFE/ Joédson Alves
Alheio a 22.000 mortes no Brasil, Bolsonaro faz ato e sobe tom contra STF nas redes
Relatives react during the burial of Geraldo Magalhaes, who died from the coronavirus disease (COVID-19), at Vila Formosa cemetery, Brazil's biggest cemetery, in Sao Paulo, Brazil, May 22, 2020. REUTERS/Amanda Perobelli     TPX IMAGES OF THE DAY
Crise do coronavírus se acelera no Brasil e faz América Latina concentrar metade dos casos no mundo

O presidente Donald Trump já havia anunciado na terça-feira que estava "estudando" um possível veto, depois que o Brasil registrou seu maior número de mortes em um único dia e deu provas de que se tornou um dos pontos quentes da pandemia no mundo. "Estamos considerando isso. Espero que não tenhamos um problema", disse Trump na Casa Branca. "Não quero que pessoas venham aqui e infectem nosso povo. E também não quero que fiquem doentes lá. Estamos ajudando o Brasil com respiradores. O Brasil tem problemas, sem dúvida.”

Neste domingo, o Brasil ultrapassou 347.000 casos confirmados e mais de 22.600 mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Os Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia, já registram 1,64 milhão de casos confirmados e mais de 97.600 mortes.

A ordem emitida neste domingo pela Casa Branca não leva em conta essa cifra, mas a de sábado, quando o Brasil ainda era o terceiro país mais afetado, atrás da Rússia. A ordem abrange todos os cidadãos estrangeiros que tenham estado no Brasil 14 dias antes de sua viagem aos Estados Unidos. Ficam de fora residentes permanentes (green card); cônjuges de cidadãos dos EUA ou de residentes permanentes; pais, filhos e irmãos de menores de idade dos EUA; e alguns tipos de visto. A proibição entra em vigor à zero hora da sexta-feira, dia 29.

No Brasil, o assessor especial da Presidência para Relações Internacionais, Filipe Martins, tuitou: “Ao proibir temporariamente a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, o Governo americano está seguindo parâmetros quantitativos previamente estabelecidos, que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o nosso. Não há nada específico contra o Brasil. Ignorem a histeria da imprensa”. Na ordem da Casa Branca, é mencionado especificamente o Brasil e citado seu número de infecções.

O veto ao Brasil é um reconhecimento de que o coronavírus está fora de controle no país e é uma notícia indigesta para o presidente Jair Bolsonaro. Desde o início da crise, Bolsonaro imita a atitude do presidente Trump em aspectos como minimizar o perigo do vírus, promover tratamentos que não são comprovados e se opor abertamente às medidas restritivas.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Robert O’Brien, disse na televisão neste domingo que espera que a ordem possa ser reconsiderada em algum momento. “Esperamos que seja temporária, mas, em razão da situação no Brasil, vamos tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo americano”, disse O’Brien, citado pela Reuters. O consultor acrescentou que, se os Estados Unidos adotarem medidas semelhantes para outros países da América do Sul, o farão caso a caso.

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