Há mais de três meses, os moradores de Barão de Cocais, em Minas Gerais, vivem sob tensão pelo risco de rompimento da barragem Sul Superior, que abastece a mina do Congo Soco. Perigo iminente alterou rotina e economia local
Morador de Barão de Cocais, o carreteiro Sílvio Faria fala sobre o risco de rompimento de barragem da Vale. Vídeo mostra a rotina alterada da cidade mineira na rota de um novo tsunami de lama
Mineradora identificou deformação na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, que levaria à terceira catástrofe do tipo na região de MG em menos de quatro anos
Afrouxar o licenciamento ambiental aumenta a margem de lucro das empresas, em função da redução dos custos. Porém, quando ocorre um desastre ambiental, o que há é uma socialização dos prejuízos, que são pagos pela sociedade como um todo
Em depoimentos e e-mails divulgados até agora, auditores falam de pressões da mineradora para atestar a estabilidade da barragem. Já a Vale sugere morosidade de fornecedores para averiguar inconsistências na leitura de piezômetros
Países têm o desafio de fazer com que grandes corporações, com receitas muitas vezes superiores a PIBs, respeitem os direitos humanos e sejam punidas por suas violações. Legislações, tratados e convenções focam na penalização de Estados e indivíduos
Advogada que luta para incluir o ecocídio, a morte do meio ambiente, na lista de crimes contra a paz, defende que é preciso punir criminalmente diretores de empresas que cometem atrocidades; na Corte Penal Internacional, se necessário
Bombeiros ainda buscam por 131 pessoas desaparecidas após rompimento da barragem da Vale. Sobreviventes e parentes de vítimas tentam cicatrizar as dores e o trauma após tragédia
Documento da mineradora estima indenização de potenciais vidas perdidas em rompimento de barragens. Estudo é utilizado na avaliação de companhias sobre quais os riscos elas estão dispostas a aceitar
Dois executivos, dois gerentes e quatro técnicos são investigados por suspeita de autoria ou participação em centenas de homicídios, por crimes ambientais e de falsidade ideológica
As buscas continuam após o colapso de uma barragem que matou pelo menos 166 pessoas. Ainda há 160 desaparecidos. O Ministério Público acusou a Vale de ter conhecimento desde outubro de 2018 do risco de rompimento
Relatório interno da mineradora em 2018 diz que, se alerta funcionasse, vítimas fatais poderiam ter sido reduzidas a menos de dez. Empresa diz que não existe estudo com "qualquer menção a risco de colapso iminente" na mina
160 pessoas ainda não foram encontradas, o que dificulta o enfrentamento do luto dos que ficam. "Não há cura. A cura é encontrar o corpo", diz especialista
Ao menos nove ações coletivas foram protocolados contra a mineradora nos Estados Unidos por acionistas. Uma vitória lá fora pode fortalecer ações contra a companhia no Brasil
Documento interno da Vale sobre risco de barragens de 2018 coloca dez estruturas na "zona de atenção". Análise da empresa foi apreendida durante operação que deteve engenheiros de Brumadinho
239 pessoas foram retiradas de suas casas, junto a barragem da mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais. Em Itatiaiuçu, a mineradora ArcelorMittal retirou outras 65 pessoas que viviam próximo à barragem de Serra Azul
Decisão do determina que mineradora se abstenha de praticar ações que coloquem em risco oito barragens, dentre as quais a de Laranjeiras, na mina de Brucutu
Foram esses bombeiros anônimos, mal pagos, que não hesitaram em arriscar a própria vida para salvar a dos outros, que nos ofereceram um pouco de oxigênio
Ricardo Motta Pinto, da Universidade Federal de São João del-Rei, afirma que o Brasil precisa repensar matrizes econômicas e energéticas para evitar um colapso ambiental