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Tragédia em Brumadinho derruba grau de investimento da Vale

Agência de risco Moody's rebaixou, em escala global, ratings da mineradora brasileira

A lama após um mês da ruptura da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
A lama após um mês da ruptura da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.DOUGLAS MAGNO (AFP)
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Para além da dor e dos traumas das famílias das vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), a tragédia segue gerando prejuízos para a Vale. A agência de classificação de risco Moody's rebaixou, em escala global, o grau de investimento da mineradora brasileira de Baa3 para Ba1. A agência também alterou a perspectiva de vários ratings para negativa.

"O rebaixamento dos ratings da Vale para Ba1 reflete a elevação dos riscos de crédito após o colapso da barragem de rejeitos em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, e as consideráveis incertezas associadas ao impacto total e implicações de longo prazo deste desastre social e ambiental sobre o perfil de crédito da Vale como um todo, bem como a exposição significativa a litígios e passivos financeiros que provavelmente persistirão pelos próximos anos", informou a agência em nota.

Segundo a Moody's, “embora a posição financeira robusta da Vale ofereça uma boa proteção contra os possíveis impactos financeiros, o acidente suscita preocupações do ponto de vista social, ambiental e de governança corporativa, especialmente considerando que ocorreu pouco mais de três anos após o colapso da barragem de rejeitos da Samarco”.

A agência de risco considera que a Vale "demonstrou amplo esforço para oferecer assistência humanitária e auxílio financeiro emergencial aos afetados, bem como para reforçar o monitoramento e inspeção das barragens", mas pondera que "ainda não está clara a extensão total dos custos, reivindicações judiciais e litígios, bem como o impacto do acidente na reputação da Vale e no seu resultado operacional e financeiro".

A Moody's destaca que os ratings da Vale podem ser rebaixados se os custos finais relacionados ao desastre em Brumadinho ficarem "materialmente acima de nossas expectativas por conta de penalidades, acordos, litígios e ações coletivas de valores mais elevados ou se as operações forem novamente interrompidas afetando substancialmente a geração de fluxo de caixa livre".

Por enquanto, a empresa fez uma doação de 100.000 reais para cada uma das 265 famílias que têm parentes entre as vítimas e 50.000 reais para cada uma das 56 pessoas que residem da área atingida pelos rejeitos. Nas duas semanas que se seguiram ao rompimento da barragem em Brumadinho, a Vale acumulou perdas de 73 bilhões de reais em valor de mercado.

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