Boca de urna no Peru confirma vantagem de Keiko Fujimori sobre Pedro Castillo
Primeiras pesquisas dão uma vantagem mínima à candidata conservadora, que aparece com 50,3% dos votos contra 49,7% do professor de esquerda. Margem de erro impossibilita apontar vencedor
O Peru foi às urnas neste domingo eleger o novo presidente do país. Mas as eleições presidenciais peruanas, que dividiram o país em dois polos opostos, não devem ter um ganhador claro até o último minuto. A espera de resultados oficiais pode demorar até a quarta-feira, mas as primeiras pesquisas de boca de urna dão um empate técnico entre o esquerdista Pedro Castillo e a conservadora Keiko Fujimori. Entretanto, as pesquisas confirmam a tendência de alta da candidata na reta final da campanha.
Segundo levantamento da Ipsos para a América TV, na qual foram entrevistadas 30.000 pessoas, Fujimori obteve 50,3% dos votos, contra 49,7% de Castillo. Apenas seis décimos de diferença, que pode ser considerada dentro da margem de erro estatístico de cerca de 3 pontos percentuais. A margem de erro é muito grande para um resultado tão apertado. No primeiro turno, realizado no dia 11 de abril, o professor rural saiu vencedor, com 19% dos votos, seguido pela filha do autocrata Alberto Fujimori, que recebeu 13% dos votos. O candidato que vencer as eleições terá que enfrentar o desafio de governar um país altamente polarizado pela situação política e mergulhado em uma profunda crise institucional, econômica e de saúde agravada pela pandemia.
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— Ipsos Perú (@ipsosperu) June 7, 2021
Keiko Fujimori, candidata conservadora que concorre pela terceira vez em uma eleição presidencial, recebeu o resultado da votação na sede de seu partido, em Lima, na capital. Pedro Castillo em Tacabamba, nas montanhas, na zona rural peruana. Dois lugares diferentes para observar o país. E as diferenças regionais também impactaram os resultados em cada área.
Keiko Fujimori aposta na reconciliação para levar os conservadores de volta ao poder. Ela passou as últimas semanas se desculpando pelos erros do passado. “Peço perdão a todos e a cada um dos que se sentiram afetados por nós (por ela e seu partido Força Popular). Faço isso com humildade e sem nenhuma reserva porque sei que ainda existem muitas dúvidas sobre minha candidatura”, afirmou em um comício na cidade de Arequipa, onde assinou um compromisso democrático. Diferentemente de seu pai, ela garante que respeitará o marco institucional peruano.
A candidata do establishment peruano fez uma campanha bastante agressiva contra o sindicalista Pedro Castilho, acusando-o de querer destruir a democracia para instaurar um sistema comunista. O professor rural já assinou dois compromissos democráticos, nos quais promete proteger as instituições. No debate uma semana antes do segundo turno, repetiu incessantemente que respeitará a propriedade privada, o sistema previdenciário e as empresas. Tentou atrair a esquerda urbana, que poderia ter a tentação de ver em Fujimori uma opção menos aventureira.
O professor concentrou seu discurso na necessidade de reconhecer a saúde e a educação como direitos fundamentais e no combate à corrupção, o aspecto mais questionável de sua rival, contra a qual há vários processos abertos. Castillo concorre pelo Peru Livre, partido marxista-leninista liderado por um ex-governador suspenso do cargo por um caso de corrupção, Vladimir Cerrón. Esse foi o flanco pelo qual Fujimori mais o atacou. Cerrón é um esquerdista dogmático, próximo dos governos populistas e autoritários da América Latina. Castillo tentou intensamente se distanciar dessa figura.
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