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Equador solicita à Interpol a prisão do ex-presidente Rafael Correa por corrupção

Dos 20 condenados por um caso de propinas, somente dois funcionários do Governo anterior estão na prisão

Rafael Correa, ex-presidente do Equador, em 2019.
Rafael Correa, ex-presidente do Equador, em 2019.Mario Guzmán (EFE)

A condenação a oito anos de prisão contra o ex-presidente Rafael Correa e a cúpula de seu Governo acabou com suas opções para voltar ao poder nas próximas eleições, mas até agora não havia afetado sua liberdade. Na quarta-feira, a Justiça equatoriana pediu à Interpol o alerta vermelho para que o ex-mandatário, residente na Bélgica, seja detido. Apesar da ratificação da sentença no final de agosto, somente dois de seus ex-colaboradores mais próximos já estão na prisão. Os outros estão foragidos e em paradeiro desconhecido.

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O tribunal encarregado da execução da condenação mandou a notificação à Interpol contra 15 dos 20 condenados pelo caso Subornos, por fazer parte de uma rede criminosa que fazia doações de campanha ao partido Alianza PAIS para obter contratos públicos, de acordo com a tese da promotoria.

A Interpol já recusou em dezembro de 2018 outro pedido do Equador para capturar Correa, que vive na Bélgica desde que deixou o poder em 2017. Dessa vez, a Justiça justifica seu pedido no fato de que “existe sentença condenatória devidamente comprovada” e que “até o momento, tendo se passado 13 dias (até 6 de outubro de 2020) desde a data em que se pediu a localização e a captura” não se sabe sequer dos paradeiros dos sentenciados.

Além de Correa, entre os condenados para quem foi pedido alerta vermelho estão seus ex-ministros Walter Solís (foragido nos Estados Unidos), María de los Ángeles Duarte (refugiada na residência do embaixador argentino em Quito) e Vinicio Alvarado (foragido na Venezuela), além dos ex-parlamentares Viviana Bonilla (em paradeiro desconhecido) e Christian Viteri (também na Venezuela).

Os únicos dois membros da cúpula da administração equatoriana anterior que estão cumprindo sentença são Jorge Glas, ex-vice-presidente, e o ex-secretário jurídico da presidência, Alexis Mera. O primeiro já estava na prisão por uma condenação de seis anos pelo caso Odebrecht. E o segundo foi enviado à mesma prisão no final de agosto criticando que estava sendo preso “sem ter recebido um só centavo” e afirmando que o fazia “com honra”.

O caso veio a público em abril do ano passado graças à revelação do portal jornalístico MilHojas, em que eram revelados os nomes de membros do alto escalão do Governo de Correa e de empresários envolvidos em uma trama de propinas que, de acordo com a Procuradoria do Estado, gerou prejuízos ao país de 21 milhões de dólares (116 milhões de reais).

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