Universidade de Buenos Aires cancela palestra de Sergio Moro após uma cascata de críticas
Personalidades kirchneristas repudiaram a participação do ex-ministro de Jair Bolsonaro em uma conferência sobre corrupção
A Universidade de Buenos Aires (UBA) fechou as portas para Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. O magistrado estrela da Lava Jato participaria no dia 10 de junho de uma palestra virtual da Faculdade de Direito intitulada Combate à Corrupção, Democracia e Estado de Direito. No entanto, a UBA recuou e Moro revelou que a conferência havia sido cancelada “por pressão político-partidária”.
Moro trocou os tribunais pela política ao lado de Jair Bolsonaro, mas há um mês renunciou ao posto de ministro depois de ter feito graves acusações contra o presidente de extrema direita e de ter denunciado “interferências políticas” em suas tarefas.
El próximo 10 de junio a las 10 hs. tendrá lugar la charla "Combate contra la corrupción, democracia y estado de derecho" a través de la Zoom.
— Facultad de Derecho (@DerechoUBA) May 27, 2020
Inscripción (cupos limitados): https://t.co/bcDmbS2N3Q
La actividad se transmitirá en vivo por la página de Facebook de @DerechoUBA. pic.twitter.com/LZrOlPZ0oI
O anúncio da participação de Moro na UBA foi criticado por setores do kirchnerismo e da esquerda, que o acusam de parcialidade pelo fato de ter feito parte do Governo Bolsonaro, que se beneficiou eleitoralmente da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Repúdio absoluto ao miserável Sergio Moro e à atividade organizada pelo @DerechoUBA”, escreveu no Twitter o deputado situacionista Rodolfo Tailhade. A ex-embaixadora argentina na Grã-Bretanha, Alicia Castro, definiu Moro como “um emblema da corrupção e da manipulação da Justiça com fins partidários” e o acusou de ter provocado “sem provas o julgamento e o sequestro eleitoral” de Lula.
Uma das integrantes do conselho consultivo da Faculdade de Direito, a advogada Natalia Volosín, apresentou sua renúncia como forma de repúdio à presença de Moro. “Para nós, que estamos comprometidos com a luta contra a corrupção, Moro foi nefasto”, escreveu Volosín em sua carta de renúncia.
Depois que a UBA cancelou o evento sem dar explicações, Moro expressou seu desconforto em uma declaração divulgada pelo jornal La Nación. “Fui convidado pela Universidade de Buenos Aires para falar sobre o Estado de Direito e a luta contra a corrupção e fui informado de que a palestra havia sido cancelada por pressão político-partidária. Não corresponde a mim avaliar os motivos”, afirmou o ex-juiz. “Recebi convites semelhantes de universidades do Brasil e do exterior e nunca tive este tipo de problema”, concluiu.
A suspensão da atividade reavivou as críticas, agora da oposição, que acusou a principal universidade pública argentina de censura. “VERGONHA. E a liberdade de cátedra? E o debate de ideias? Se onde as ideias devem se multiplicar e crescer se cai na censura, a liberdade de toda a sociedade é afetada. Parece que a autonomia de que se orgulha o presidente @alferdez não é respeitada por toda a sua coalizão”, tuitou o ex-ministro da Educação de Maurico Macri, Esteban Bullrich.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.