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Parlamento espanhol confirma socialista Pedro Sánchez como presidente do Governo

O socialista recebeu 167 votos a favor, 165 contra e 18 abstenções e formará com Pablo Iglesias o primeiro Governo de coalizão do atual período democrático

Pedro Sánchez, nesta terça-feira, no Congresso espanhol.
Pedro Sánchez, nesta terça-feira, no Congresso espanhol.Juan Carlos Hidalgo (EFE)

Pedro Sánchez, líder do PSOE, conseguiu na terça-feira em votação apertada a confirmação como presidente do Governo espanhol após obter uma maioria simples na segunda votação no Congresso dos Deputados, e já tem luz verde para formar com o Unidas Podemos o primeiro executivo da coalizão do atual período democrático no país. Com esse aval do Parlamento, a Espanha encerra um período de dez meses com um Executivo interino, com duas eleições presidenciais, nas quais a política foi polarizada e as instituições foram submetidas à maior tensão em décadas, com o desafio da independência catalã e a irrupção da extrema direita do Vox.

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Sánchez recebeu 167 votos a favor, 165 contra e 18 abstenções. O líder socialista, que venceu as eleições de 10 de novembro, alcançou seu objetivo na segunda votação no Congresso, depois de fracassar no domingo por não alcançar a maioria absoluta necessária no primeiro turno. Na votação apertada, Pablo Iglesias, líder do Unidas Podemos, foi confirmado como vice-presidente.

O candidato socialista chegou à presidência graças ao apoio de seu partido e do Unidas Podemos, com quem formará um governo de coalizão, além dos deputados do PNV, Más País, Compromís, Nueva Canarias, Teruel Existe e BNG. A abstenção do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha, partido de esquerda independentista que faz parte do Executivo regional da Catalunha) e do EH Bildu também facilitou a investidura.

Sánchez defendeu a “democracia”, e Pablo Iglesias, líder do Unidas Podemos, aconselhou-o a usar “bom tom e firmeza democrática diante de pessoas intolerantes”. Desde a oposição, Pablo Casado, deputado do PP (Partido Popular) acusou Sánchez de concordar com “os terroristas e os conspiradores”, enquanto Santiago Abascal (Vox) levou seu discurso contra os imigrantes à tribuna.

A Espanha deu o primeiro passo para solucionar seu bloqueio político em novembro —depois que as eleições de 28 de abril fossem refeitas devido à falta de acordo entre os partidos para eleger o primeiro-ministro—, quando firmou-se a aliança para um Governo progressista na quarta economia do euro. O gabinete de Pedro Sánchez contará com pelo menos três ministros do Unidas Podemos, um grupo de esquerda surgido em 2014 da insatisfação dos cidadãos com a crise econômica e política. Este é o primeiro Executivo de coalizão no país desde a Segunda República (1931-1936) e se espera que leve a cabo uma política claramente de esquerda, com aumentos no salário mínimo e nos impostos sobre as rendas mais altas, além de uma reforma trabalhista para proteger os direitos dos trabalhadores.

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