Socialista Sánchez não consegue a presidência do Governo em primeira votação no Congresso espanhol
Candidato recebeu dez votos a menos do que precisava para ser investido primeiro-ministro. Haverá um novo pleito, em que ele precisará apenas de uma maioria simples e deve vencer
O candidato socialista Pedro Sánchez não conseguiu a maioria absoluta necessária para ser investido presidente do Governo espanhol na primeira votação no Congresso dos Deputados ocorrida neste domingo. Nos últimos meses, ele conseguiu costurar um acordo com o esquerdista Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, e obteve o compromisso de abstenção de siglas da esquerda catalã, o que garantiria a ele a maioria para a formação de um Executivo progressista e de coalizão, o primeiro no país desde a Segunda República (1931-1936). Nesta primeira votação, ele obteve 166 votos favoráveis, contra 165 contrários, além de 18 abstenções. Ele precisava da maioria absoluta dos votos da Câmara (176).
Apesar da derrota, o primeiro pleito da investidura (como é conhecido o processo para a escolha do presidente de Governo), transcorreu sem surpresas. Sánchez fracassou, pela terceira vez em menos de um ano, ao não conseguir a maioria absoluta da Câmara, mas dentro de 48 horas, quando haverá a segunda votação, ele precisará apenas de uma maioria simples, ou seja, de mais votos a favor do que contra. Segundo a votação deste domingo, ele deve conseguir a investidura, portanto. Terá, entretanto, uma vantagem mínima, o que manterá a preocupação dos socialistas e do parceiro de coalizão Unidas Podemos. Não pode haver mais do que duas baixas de votos.
“A moderação e o respeito marcarão a coalizão progressista”, disse o candidato antes da votação, depois da constatação nesses dois dias de debate de uma enorme dureza nos discursos dos parlamentares das siglas de direita PP e Cidadãos e do Vox, de extrema-direita. Quando o Governo for constituído não haverá trégua, segundo o aviso destas três siglas, em seus discursos desde este sábado, quando começou a investidura. A resposta de Sánchez foi contrapor “a coalizão do apocalipse à progressista”.
O PSOE e o Unidas Podemos chegaram a um acordo após estabelecerem bases únicas para o próximo Executivo. Pretendem, afirmam, combinar o cumprimento da disciplina fiscal exigida pela União Europeia com um aumento dos gastos públicos para apoiar os grupos sociais mais vulneráveis, que ainda sofrem as consequências da crise econômica. Os partidos se comprometeram a aumentar o salário mínimo e a eliminar os aspectos “mais lesivos” da reforma trabalhista promovida pelo Executivo anterior (2011-2018), do conservador Partido Popular (PP), que facilitava as demissões. Também afirmam que vão aumentar o financiamento da saúde e da educação públicas, entre outras medidas sociais. Para financiar a ampliação de Orçamento, afirmam que vão aumentar os impostos de algumas empresas e das rendas mais altas, o que deve afetar 1% da população. A coalizão entre as duas forças de esquerda foi a maneira achada para acabar com a agonia da dificuldade de formação de um Governo robusto na Espanha —nos últimos quatro anos, o país passou por quatro eleições legislativas.
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