O verdadeiro motivo pelo qual Mischa Barton deixou ‘The O.C.’, a série que a fez decolar e acabou com ela

A atriz que deu vida à malfadada Marissa Cooper na ficção disse que se sentiu assediada. “Tinha gente naquele set que era muito má comigo. Não era o ambiente mais adequado para uma jovem sensível”

Mischa Barton participa do Festival de Cannes em 2017.Samir Hussein (WireImage)
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Mischa Barton começou a carreira com apenas oito anos. Foi interpretando um pequeno papel na peça de teatro Slavs!, ao qual se seguiram outros personagens em representações teatrais off-Broadway e seu primeiro salto para a tela pequena em All my children, uma popular novela norte-americana. Sua incursão precoce no mundo da interpretação, catapultada por seu papel em The O.C. (lançada no Brasil como O.C. – Um estranho no paraíso) aos 17 anos, serviria como premonição para incluí-la mais tarde na lista de crianças-prodígio cuja juventude foi arruinada. Depois de deixar a série que a tornou famosa em 2007, Barton começou a colecionar escândalos: foi condenada a três anos de liberdade condicional por dirigir embriagada, foi internada em um centro psiquiátrico por uma suposta overdose e lutou contra a mãe nos tribunais acusando-a de ter lhe roubado dinheiro quando era sua agente. Quase 15 anos depois de se despedir da série que fez decolar sua carreira e também acabou com ela, a atriz revelou as verdadeiras razões pelas quais abandonou a ficção.

A personagem de Marissa Cooper, interpretada pela atriz, morreu tragicamente na terceira temporada, deixando os fãs da série órfãos e desconcertados. Como Barton confessou ao portal E! News, os produtores lhe ofereceram duas possibilidades quando ela comunicou sua intenção de deixar a série: matar seu personagem ou deixar uma porta aberta caso quisesse voltar em temporadas futuras. A atriz escolheu a primeira. “Tinha gente naquele set que era muito má comigo. Não era o ambiente mais adequado para uma jovem sensível que acabava de ser empurrada ao estrelato”, disse a atriz, admitindo que se sentiu assediada durante as rodagens.

Embora em ocasiões anteriores tenha dado algumas pistas sobre o motivo de sua saída repentina, até agora ela “tinha se sentido envergonhada” ao falar sobre o que acontecia atrás das câmeras porque sempre foi uma pessoa “muito reservada e muito consciente dos sentimentos das pessoas”. “Agora que vivemos nesta era em que falamos sobre nossas experiências e as mulheres se abrem sobre o que realmente acontecia nos bastidores e como eram tratadas, é diferente. Mas continua sendo complicado”, explicou.

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“Senti que [abandonar a série] era o melhor para mim e para a minha saúde, principalmente porque não me sentia realmente protegida pelos meus colegas ou pela equipe naquele momento.” A atriz também explicou que as rodagens ficaram muito difíceis, pois ela ficava no set mais horas do que o resto dos personagens e que passaram dos limites porque “houve muitas coisas que as pessoas fizeram errado”.

As palavras da atriz chegam no momento em que O.C. – Um Estranho no Paraíso está ressurgindo, integrando a programação das versões norte-americanas da HBO Max e da Prime Video. Várias contas de Instagram dedicadas aos personagens recuperam a nostalgia da série que foi a irrupção dos millennials na narrativa televisiva, e Rachel Bilson (Summer Roberts) e Melinda Clarke (Julie Cooper) acabam de lançar um podcast a respeito, chamado Welcome to the OC, bitches, que além de ser a popular frase que o ator Chris Carmack disse no primeiro capítulo, é o espaço em que ganhará vida o universo ficcional de Orange Country com entrevistas com seus colegas de elenco, anedotas longe das câmeras e análises dos estilos e tendências de beleza em voga naquela época. Aquela que certamente não será ouvida por lá será Mischa Barton.

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