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Mega-assalto a bancos em Araçatuba faz moradores de escudo humano e deixa três mortos

Entre as vítimas está um suspeito da ação que ocorreu de madrugada na cidade paulista. Criminosos usaram drone para monitorar a polícia e colocaram reféns em cima de veículo usado na fuga

Capturas de vídeo mostram reféns sendo levados por assaltantes em Araçatuba (SP). Vítimas foram amarradas a veículos como 'escudo humano'.
Capturas de vídeo mostram reféns sendo levados por assaltantes em Araçatuba (SP). Vítimas foram amarradas a veículos como 'escudo humano'.
Naiara Galarraga Gortázar
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Demonstrators hold a banner reading "Black Lives Matter" during a protest against police violence and racism, amid the coronavirus disease (COVID-19) outbreak, in Sao Paulo, Brazil, July 4, 2020. REUTERS/Amanda Perobelli
O mecanismo que acoberta violência policial em São Paulo ao invés de investigá-la

Uma quadrilha de assaltantes protagonizou cenas de terror na madrugada desta segunda-feira na cidade de Araçatuba (500 quilômetros a oeste de São Paulo), em uma ação que acabou com três mortos e envolveu roubos a duas agências bancárias e o uso de moradores como escudos humanos para a fuga. Um dos mortos no ataque é um dos suspeitos. Outras seis pessoas ficaram feridas, de acordo com as informações atualizadas nesta tarde pela Secretaria da Segurança Pública do Estado, que afirma que continua com as buscas dos assaltantes.

Homens encapuzados chegaram depois da meia-noite, fortemente armados e com explosivos, em cerca de 10 carros, segundo relatam veículos de imprensa. Espalharam-se pelo centro atirando, fecharam os acessos à cidade para impedir a entrada da polícia e assaltaram os bancos.

Durante a fuga, os assaltantes tomaram vários moradores como reféns para evitar que fossem neutralizados pela polícia. Algumas das vítimas foram amarradas ao capô de seus veículos para facilitar a fuga, como mostram imagens divulgadas nas redes sociais por repórteres que cobrem o oeste paulista. Outras imagens gravadas pelos moradores mostram um homem recolhendo cédulas que ficaram espalhadas pelo chão.

Segundo novas informações, entre as vítimas estariam Márcio Victor, que é personal trainer, e o comerciante Renato Bortolucci, dono de um posto de combustíveis. Além das vítimas fatais, de acordo com a Santa Casa de Araçatuba, um ciclista teve os pés amputados por conta dos ferimentos causados pelos explosivos.

Os criminosos queimaram um caminhão e o deixaram atravessado em uma das entradas para impedir a passagem de reforços policiais enviados de cidades vizinhas. Chegaram a usar um drone para fiscalizar o movimento dos policiais.

As autoridades pediram à população que fique em casa e que as aulas sejam suspensas para evitar maiores danos, fato confirmado pelo prefeito Dilador Borges (PSDB), em entrevista à CNN Brasil. Segundo o político, até a tarde desta segunda-feira ainda havia “artefatos explosivos” pela cidade. “Só o centro da cidade está isolado, no local próximo às agências bancárias do centro financeiro de Araçatuba”, disse.

O Governador João Doria também se manifestou publicamente sobre o ocorrido. Chamando o assalto de “cenas de terror”, Doria confirmou o trabalho de uma força-tarefa da polícia na busca pelos criminosos. Até o final da tarde desta segunda-feira, os autores do mega-assalto seguiam foragidos.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informa que as buscas para localizar os criminosos ainda estão em andamento. Além da PM de Araçatuba, com apoio de equipes de mais três cidades, o GATE (Grupo de Ações Tática Especiais) foi deslocado para a área do crime.

Araçatuba é uma cidade de 200.000 habitantes, relativamente pequena para os padrões de São Paulo, e alvo fácil para um assalto desse tipo. Há três anos, foi vítima de uma ação semelhante, embora de menor envergadura, para roubar uma empresa de transporte de dinheiro. Nos últimos meses também houve ataques em outras cidades paulistas.

Os assaltos armados são uma das formas de financiamento de quadrilhas do crime organizado, como o PCC, cujo principal reduto é o Estado de São Paulo.

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