Posso escolher qual vacina tomar? Quando serei imunizado contra a covid-19? O que se sabe até agora
Vacinação contra o coronavírus no Brasil caminha a passos lentos e ainda com muitas questões a serem respondidas. A seguir, respondemos algumas das dúvidas
A vacinação no Brasil contra a covid-19, iniciada no último domingo após a aprovação do uso emergencial das vacinas Coronavac e a Astrazeneca/Oxford, segue em ritmo lento. Ainda há muitas questões a serem respondidas, tanto sobre os imunizantes adotados pelo país ―se são seguros, como funcionam e quem pode tomá-los― quanto sobre o cronograma de vacinação, que permanece indefinido. O primeiro lote distribuído aos Estados deve vacinar 2,8 milhões de pessoas, o que representa 4% de toda a população prioritária. O EL PAÍS responde algumas das dúvidas sobre a imunização contra o coronavírus no Brasil.
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Vou saber qual vacina irei receber?
No último domingo a Anvisa autorizou o uso emergencial da Coronavac e da Astrazeneca/Oxford. A intenção do Governo Federal era inicial a imunização nacional com as duas vacinas, o que acabou não acontecendo após a negativa da Índia em autorizar o transporte de 2 milhões de doses do imunizante da Astrazeneca para o país. Assim, inicialmente a campanha de vacinação nacional contará apenas com o imunizante da Coronavac, com cerca de 6 milhões de doses, o que alcançará aproximadamente 2,8 milhões de pessoas.
Posso escolher qual vacina tomar?
O Ministério da Saúde não respondeu ao EL PAÍS sobre a possibilidade de escolher qual vacina tomar. Em São Paulo, o governador João Doria e o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmaram que, no Estado, serão utilizadas todas as vacinas aprovadas pela Anvisa e que a emergência pandêmica não permite a escolha de uma ou outra vacina. “Isto não é um restaurante, para escolher qual tomar. Precisamos vacinar e vacinar rápido. Se escolhermos entre uma vacina ou outra demoraremos e nos atrasarmos em nosso objetivo, que é proteger vidas”, declarou Gorinchteyn durante coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira.
Quando será a minha vez para tomar a vacina?
Ainda não há um cronograma definido e, portanto, é difícil precisar quando a maioria da população terá acesso à vacina contra a covid-19. As autoridades de Saúde do Governo do Estado de São Paulo e da prefeitura da capital paulista alertaram, na terça-feira, 19 de janeiro, que os idosos (um dos grupos prioritários na campanha) não devem ainda procurar os postos de saúde pois não há vacinas disponíveis.
“Infelizmente, nós não temos doses para todos, então nós vamos priorizar aquelas pessoas que estão na linha de frente”, disse o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Já o Ministério da Saúde afirma que haverá um planejamento de acordo com cada etapa da vacinação. Mensagens de antecipação preparação, disponibilização de informações através de veículos de mídia fazem parte do plano de comunicação da pasta.
Quais documentos devem ser apresentados para receber a dose da vacina?
O cidadão deverá apresentar o CPF ou cartão do SUS, documento comprobatório de residência (no caso dos grupos prioritários que vivem em instituições de longa permanência) e documento de vinculação profissional (grupos cuja prioridade na lista de imunização decorre da vinculação laboral).
Após a vacinação, os dados serão inseridos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), que registrará as informações relativas à data da vacina, o nome da vacina e do fabricante, o tipo de dose, o número de lote e também a validade do imunizante.
Já tive covid-19, ainda assim devo me vacinar?
Quem já teve a covid-19 deve sim se vacinar. A imunização diminui o risco de desenvolvimento dos quadros graves da doença e óbitos. No entanto, o o médico Jorge Kalil, diretor do laboratório de imunologia do InCor e professor de medicina da USP destaca que, em um primeiro momento, há de se priorizar aqueles que ainda não tiveram nenhuma infecção prévia, já que estes ainda não desenvolveram uma memória imunológica a doença.
Tomei a primeira dose da vacina, quando tomarei a segunda?
A campanha de vacinação brasileira prevê a utilização de 6 milhões de doses da Coronavac, que deverá ser aplicada em duas doses— em um intervalo de duas a quatro semanas. Para Luiz Gustavo de Almeida, doutor em microbiologia, convencer as pessoas de retornarem para tomar a segunda dose do imunizante será o grande desafio do SUS na campanha de vacinação.
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Clique aquiHá alguma previsão de comercialização das vacinas pela rede privada?
A rede particular poderá comprar vacinas contra a covid-19 em algum momento, porém, desde que não atrapalhe o plano de imunização nacional, segundo o Governo. Não há uma previsão para que isso ocorra, devido à alta demanda pelo SUS e pouca oferta de vacinas disponíveis.
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