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Após superar greve nacional no Equador, Libertadores feminina chega à fase decisiva

Com sede única em Quito e dois representantes brasileiros, as quartas do torneio sul-americano começam nesta segunda-feira. Ferroviária joga hoje e Corinthians na terça

Victoria Albuquerque comemora gol pelo Corinthians contra o América de Cali.
Victoria Albuquerque comemora gol pelo Corinthians contra o América de Cali.BRUNO TEIXEIRA (AGÊNCIA CORINTHIANS)
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Depois de dez dias, 24 jogos e uma paralisação por uma greve nacional no Equador, a 11ª edição da Copa Libertadores feminina chegou à sua fase de quartas de final, o início do mata-mata. Projetado para durar duas semanas na sede única de Quito, capital equatoriana, o torneio sul-americano teve os dois representantes brasileiros, Ferroviária e Corinthians, classificados entre as 16 equipes participantes. O time de Araraquara, atual campeão brasileiro, joga pelas quartas de final contra o Atlético Hulia, da Colômbia, nesta segunda-feira, às 19h (horário de Brasília), enquanto o Corinthians enfrenta o Santiago Morning, do Chile, na terça, às 19h30 (horário de Brasília). As transmissões acontecem na plataforma de streaming esportivo DAZN.

Marcada para começar em 11 de outubro, uma sexta-feira, a Libertadores viu seu país sede viver momentos tensos na semana de sua estreia. Na quarta-feira anterior ao primeiro jogo, manifestações lideradas pelos indígenas no Equador contra um pacote de ajustes econômicos do presidente Lenín Moreno chegaram ao seu auge e obrigaram o político a transferir a sede do Executivo para a cidade litorânea de Guayaquil. O torneio chegou a estrear no dia programado, com quatro jogos —entre eles, uma goleada da Ferroviária por 10 a 1 sobre o boliviano Mundo Futuro— mas foi paralisado no dia seguinte, quando o Corinthians estrearia. Na segunda-feira, 14, Moreno revogou os ajustes, os protestos foram suspensos e a Libertadores foi retomada.

Em nota divulgada na manhã de segunda, a Conmebol ressaltou a importância da Libertadores feminina e detalhou os esforços em conjunto com Comitê Organizador e a Federação Equatoriana de Futebol para "garantir a segurança das equipes e dar continuidade ao torneio". O texto continua dizendo que "levando em consideração a reunião entre o Governo equatoriano e representantes dos manifestantes, que terminou em um acordo que poderá garantir o fornecimento de serviços básicos e de segurança adequada a esse tipo de evento, a Conmebol decidiu continuar com a realização do torneio". Os jogos marcados para 12 de outubro foram realizados no dia 14.

A competição voltou com uma vitória do Corinthians sobre o Club Nañas, donos da casa, por 3 a 1, placar que as corinthianas repetiram na segunda rodada contra o América de Cali, da Colômbia. O empate por 2 a 2 na última rodada, contra o Libertad/Limpeño, do Paraguai, deu o primeiro lugar do grupo C às brasileiras. Apesar da estreia adiada, o treinador do clube paulista, Arthur Elias, elogiou a organização da Conmebol. "O Comitê Organizador tem tido uma atuação excelente conosco. Estamos tendo todo o suporte, respaldo e atenção. Todos os deslocamentos que fazemos contam com escolta policial", disse ao site do clube. O Corinthians, que venceu a Libertadores em 2017, está no torneio porque foi campeão brasileiro em 2018.

Campeã nacional em 2019, a Ferroviária foi quarta colocada do Brasileirão no ano passado, mas herdou a vaga na Libertadores depois de o vice-campeão, São José, e do terceiro colocado, Flamengo/Marinha, abrirem mão de jogar o torneio. O clube paulista caiu no grupo de Mundo Futuro, que goleou, Estudiantes Caracas da Venezuela, em quem fez 4 a 1 na segunda rodada, e Deportivo Cuenca, para quem perdeu por 2 a 1 no fechamento do grupo. Com o resultado, a Ferroviária ficou em segundo lugar e joga contra o atual campeão sul-americano, Hulia, já nas quartas de final. "A competição é curta, mas o nível técnico é grande. O futebol sul-americano cresceu muito", constatou a treinadora da equipe de Araraquara, Tatiele Silveira.

A Ferroviária foi campeã da Libertadores em 2015. Em 10 edições do torneio, as brasileiras ergueram a taça sete vezes: Santos em 2009 e 2010, São José em 2011, 2013 e 2014 e Corinthians em 2017, além do clube de Araraquara. O Colo-Colo foi campeão em 2012, o Limpeño em 2016 e o Atlético Hulia na edição do ano passado, quando as colombianas seguraram um empate contra o Santos e venceram nos pênaltis. Além dos campeões, outra equipe que ameaça a soberania brasileira no Equador é o Urquiza, da Argentina, que liderou o grupo D e enfrenta o América de Cali nas quartas.

Ferroviária e Hulia duelam nesta segunda às 19h. Também hoje, o Cerro Porteño enfrenta o Deportivo Cuenca, às 21h30. Amanhã, jogam Corinthians x Santiago Morning às 19h30 e Urquiza x América de Cali às 21h30. As semifinais estão marcadas para quinta e sexta-feira, às 19h, e a final será na terça seguinte, dia 29, também às 19h. Todos os jogos no horário de Brasília e com transmissão da DAZN.

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