_
_
_
_
_

James Franco, acusado de abusar de duas alunas de interpretação

Segundo as demandantes, os episódios se deram "num ambiente de assédio e exploração sexual tanto dentro como fora das aulas"

O ator James Franco, no Festival de San Sebastián, em 2017.
O ator James Franco, no Festival de San Sebastián, em 2017.ANDER GILLENEA (AFP)
Los Angeles -

Duas mulheres que foram alunas das aulas de interpretação de James Franco denunciaram na última quinta-feira o ator e o acusam de ter se aproveitado sexualmente delas. A demanda à que tiveram acesso meios de comunicação dos Estados Unidos foi apresentada em um tribunal de Los Angeles por Sarah Tither-Kaplan e Toni Gaal. Tither-Kaplan foi uma das cinco mulheres que acusaram o ator por suposto comportamento sexual indevido em um artigo publicado em janeiro de 2018 pelo jornal Los Angeles Times.

A denúncia aponta que James Franco e seus sócios na escola Studio 4 "desenvolveram um extenso comportamento inapropriado e sexualmente carregado sobre as estudantes, sexualizando seu poder de professor a alunas e incentivando-os com oportunidades de papéis em seus projetos". Sempre, segundo as demandantes, estas ações levaram "a um ambiente de assédio e exploração sexual tanto dentro como fora das aulas".

As duas mulheres entraram no Studio 4 em 2014 e asseguraram que as aulas incluíam lições sobre cenas sexuais que consistiam em "simulações de atos sexuais que iam bem além dos padrões da indústria". Tither-Kaplan, como já declarava no artigo de Los Angeles Times, especificou na demanda a suposta rodagem de uma orgia na qual Franco simulava praticar sexo oral às mulheres.

Mais informações
MeToo, ano 1: como as mulheres perderam o medo
Várias atrizes acusam James Franco de assédio

No entanto, segundo o relato da acusação, Franco tirou as proteções de plástico que cobriam as vaginas das mulheres antes de simular o sexo oral. A demanda exige indenizações para as afetadas e a devolução ou destruição de qualquer gravação que se fizesse no Studio 4.

A controvérsia em torno de Franco começou nos Globos de Ouro de 2018, onde o ator levou o prêmio de melhor ator de uma comédia por The Disaster Artist (2017) e em cujo tapete vermelho desfilou com um pin de Fraude's Up, a iniciativa das atrizes de Hollywood contra o assédio sexual. Durante a cerimônia, várias atrizes postaram nas redes sociais contra a suposta hipocrisia de James Franco por levar uma dessas insígnias, já que asseguraram que o ator foi responsável de episódios de abuso sexual no passado.

Aqueles Globos de Ouro foram os primeiros prêmios que se celebraram depois do impulso feminista contra as agressões sexuais do movimento Me Too e praticamente todos os presentes vestiram roupa preta para mostrar seu repulsa ao machismo.

Poucos dias depois, Franco respondeu a essas acusações em uma entrevista com Stephen Colbert no programa noturno The Late Show. "As coisas que ouvi que estão em Twitter não são precisas, mas apoio completamente que as pessoas saiam e sejam capazes de ter uma voz porque não tiveram uma voz durante muito tempo (...) Do modo que vivo minha vida, não posso viver se há um ressarcimento pendente (...) Se fiz algo mau, vou consertar. Tenho que fazê-lo", disse.

No dia seguinte foi publicada a reportagem de Los Angeles Times que detalhava as acusações contra o ator, incluída a da agora demandante Tither-Kaplan.

Franco continuou trabalhando em Hollywood desde então: a série The Deuce , que encabeça junto a Maggie Gyllenhaal, está sendo transmitida na HBO; e o filme Zeroville, que dirigiu e protagonizou, foi projetado fora de competição na última edição do Festival de Cinema de San Sebastián.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_