_
_
_
_

Que fazer diante do ‘phubbing’, quando sua companhia olha mais para o celular do que para você

Uma de cada três pessoas que diz ter sofrido por esse problema menciona depressão como consequência

Já teve a sensação de conversar com alguém que presta mais atenção ao celular do que ao que você está dizendo? Nesse caso, você é mais uma vítima do phubbing. É normal não ter ouvido falar disso antes. O estranho é não ter passado por isso. O termo vem da combinação das palavras inglesas telephone (telefone) e snubbing (ignorar).

Um estudo publicado no Journal of Applied Social Psychology revelou que o phubbing ameaça quatro necessidades do ser humano: o sentimento de pertencimento, a autoestima, a existência significativa e o autocontrole das pessoas excluídas. Os pesquisadores apontaram que essa prática pode ser particularmente prejudicial, já que acontece com relativa frequência.

Mais informações
Preocupada com custo econômico dos divórcios, Dinamarca obriga casais a fazer terapia antes de se separar
Dormir em camas separadas é melhor para sua vida sexual?
O par perfeito não é a pessoa ideal (se quiser que o amor dure)

Esta questão tende a piorar quando estamos com o nosso par. Em um estudo da Universidade Baylor, no Texas, 46% dos entrevistados reconheceram ter sofrido phubbing por parte do parceiro. Um em cada quatro admitiu que esta situação resultou em discussões com ele e um em cada três disse que chegou a ficar deprimido por um tempo.

“Com o nosso par costumamos ter muita confiança; isso nos faz cometer mais esse erro com ele do que com alguém que não conhecemos muito”, explica Silvia Álava, psicóloga da área educacional e escritora. Ainda assim, lembra que as telas podem desempenhar um papel muito positivo, desde que usadas corretamente. "O problema surge quando as usamos para evitar a outra pessoa, mas uma mensagem de Eu te amo, Como você está bonita esta manhã ou Eu me lembro sempre de você pode ajudar o relacionamento."

No entanto, os diálogos digitais não podem substituir a interação presencial e há momentos em que o contato cara a cara é essencial. “Uma conversa importante deve ter o espaço necessário, que é um espaço com proximidade física. Por questões fundamentais, deveríamos evitar até mesmo uma ligação telefônica, porque se perdem muitas nuances”, recomenda Álava.

Tire o celular da mesa

Para evitar cair no phubbing é importante consolidar bons hábitos. Um dos mais recomendados tem lugar na mesa das refeições, um espaço onde as telas têm mais capacidade de impor a distância ao casal. As pessoas que olham para seus celulares enquanto comem em companhia apreciam menos sua comida e se sentem menos envolvidas do que aquelas que preferem não usar a tecnologia à mesa, de acordo com um artigo do Journal of Experimental Social Psychology.

As férias podem se tornar o momento perfeito para casais realizarem atividades diferentes e recuperar costumes perdidos que lhes permitam fugir das telas. E recorrer a dispositivos eletrônicos logo no começo pode ser um sintoma de que algo não funciona. O celular pode nos servir como um remédio contra o tédio em um determinado momento, mas corremos o risco de consolidá-lo como um refúgio para escapar de nossos problemas pessoais e de casal. “Às vezes, usamos o celular como chupeta emocional para não encarar o que estamos sentindo”, diz Álava.

A psicóloga não considera necessário adotar uma solução radical, como desligar o telefone, e propõe estabelecer metas que possam ser cumpridas. "Podemos reservar momentos a sós com nosso parceiro, sem interferência da tecnologia", exemplifica. "Deixar as telas de lado por meia hora ou uma hora por dia e nos dedicarmos exclusivamente a conversar."

O simples fato de enviar mensagens de texto enquanto estamos numa conversa faz com que esta seja menos satisfatória, de acordo com um artigo publicado na Computers in Human Behavior. Ter o telefone facilmente à mão pode nos trazer problemas: nosso celular é capaz de distrair nossa atenção mesmo quando está desligado. Outro estudo, da revista acadêmica Journal of Social and Personal Relationships, descobriu que quando há uma tela presente, mesmo que ninguém a use, as pessoas próximas se sentem menos conectadas umas com as outras.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_