Michel Temer é preso pela Lava Jato, últimas notícias
"Grupo criminoso" do ex-presidente atuava há 40 anos, diz MPF. Ex-ministro Moreira Franco e o Coronel Lima também foram presos, a pedido do juiz Marcelo Bretas. Siga as últimas notícias
Michel Temer (MDB), ex-presidente da República (2016-2018), foi preso pela Operação Lava Jato na manhã desta quinta-feira, 21 de março, em sua residência, na zona oeste de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro. O emedebista - acusado pelo Ministério Público Federal de liderar há mais de 40 anos um esquema criminoso que recebeu até 1,8 bilhão de reais - chegou no final do dia à sede da PF no Rio, onde ficará detido. Também foram presos o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência de Temer, Moreira Franco (MDB), e o Coronel Lima, homem de confiança do ex-presidente. A prisão tem relação com a operação Radioatividade, um desmembramento da Lava Jato. Michel Temer já havia sido denunciado em dezembro na Lava Jato, em um processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF), por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva em um caso envolvendo o setor portuário de Santos. Ao deixar a Presidência em janeiro, o ex-presidente perdeu o direito ao foro privilegiado e seus processos foram remetidos à primeira instância. A defesa de Temer já entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O recurso será julgado pelo desembargador Ivan Athié, que julga caso relacionado. Segundo o site especializado Jota, o juiz tem perfil "garantista", ou seja, tende a questionar a prisão preventiva do ex-presidente.

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Prisão de Temer revigora Lava Jato e tumultua agenda do Governo no Congresso
Detenção de ex-presidente dá vitória a procuradores e escancara embate entre "novos" e "velhos políticos". Lavajatista Bolsonaro, porém, precisa das duas alas para aprovar Previdência. Leia a reportagem de Afonso Benites.






Carlos Bolsonaro, filho do presidente, cutucou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em sua conta no Instagram. O sogro de Maia é o ex-ministro Moreira Franco, preso nesta quinta-feira. Maia já havia tido um desentendimento com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, com relação ao pacote anti-crime proposto por Moro.





De acordo com a PF, foi detectada ao longo da investigação “irregularidade em processo licitatório, participação de empresa sem qualificação técnica, contratações superfaturadas, lavagem de dinheiro, emissão de notas fiscais frias, utilização de empresas de fachada, utilização de empresas offshore para recebimento de vantagens indevidas”







Em maio de 2018, o EL PAÍS revelou parte das evidências que embasaram o pedido de prisão feito pelos procuradores do Ministério Público ao juiz Marcelo Bretas. Na reportagem “Novas provas reforçam acusações de cobrança de propina contra homem de confiança de Temer”, o repórter Daniel Haidar publicou emails inéditos que mostravam o empenho, em um pedido de “urgência” do empreiteiro José Antunes Sobrinho, sócio da empresa Engevix, para conseguir um pagamento de 1,1 milhão de reais, destinados ao coronel João Baptista Lima Filho, homem de confiança do ex-presidente Michel Temer. “A evolução da negociação não aparece inteiramente nos e-mails, mas o amigo de Temer conseguiu os repasses de dinheiro pouco depois das cobranças. A Alúmi depositou 469.200 reais em uma conta bancária do coronel no HSBC no dia 17 de outubro daquele ano e outros 622.200 reais em 3 de novembro”, diz trecho da reportagem de Haidar. Leia a reportagem completa aqui. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/10/politica/1525975344_809334.html

Os advogados do ex-ministro Moreira Franco criticaram a prisão de seu cliente: "A defesa de Wellington Moreira Franco vem manifestar inconformidade com o decreto de prisão cautelar. Afinal, ele encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário.
Causa estranheza o decreto de prisão vir de juiz de direito cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui.
Moraes Pitombo Advogados"

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