Guaidó e Maduro se desafiam nas ruas da Venezuela com grandes manifestações
Opositores saem às ruas em Caracas para exigir o fim do chavismo. Maduro aceita fazer eleições legislativas neste ano, mas não presidenciais
Milhares de venezuelanos saíram às ruas de todo o país neste sábado, em manifestações convocadas pelo presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó —reconhecido pelos EUA, Brasil e por mais de 60 países como o mandatário legítimo—, que instava seus compatriotas a fazer uma demonstração de "força pacífica" para reafirmar o apoio popular à sua exigência da renúncia de Nicolás Maduro. A jornada começou com o anúncio de um general da aeronáutica venezuelana, Francisco Esteban Yánez, que reconheceu Guaidó como "presidente encarregado" em um vídeo distribuído pelo Twitter pela manhã. Yánez se converte no militar ativo com mais alta patente a abandonar Maduro.
A manifestação acontece a poucas horas de que vença o prazo —nesta segunda-feira— dado por Espanha, França, Reino Unido e Alemanha para que Nicolás Maduro convoque eleições presidenciais com garantias democráticas. Se não cumprir essa exigência, a estes cinco países, aos que se somarão outros como Portugal, Polônia, Bélgica, Países Baixos, Dinamarca e República Checa, reconhecerão a Guaidó como presidente encarregado. Em uma entrevista ao EL PAÍS, o político venezuelano voltou a exigir a renúncia do líder chavista e se mostrou confiante de que não se haverá um confronto civil no país. Neste sábado, na marcha, Guaidó sublinhou que Venezuela "inicia em um mês [fevereiro] que deve ser determinante para a liberdade". "Deixem de chamar a um golpe de Estado", respondeu Maduro minutos depois, no encerramento da manifestação convocada pelo chavismo.
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