_
_
_
_

Oposição a Maduro se mobiliza nos bairros para promover seu plano entre os militares

Seguidores de Guaidó organizam neste fim de semana jornadas informativas para explicar a lei de anistia

Francesco Manetto
Juan Guaidó nesta sexta-feira em Caracas.
Juan Guaidó nesta sexta-feira em Caracas.LUIS ROBAYO (AFP)
Mais informações
Venezuela prende a respiração à espera de uma definição política
Rússia e China, contra a “ingerência estrangeira” na Venezuela
Maduro se entrincheira no poder com o apoio da cúpula militar

O plano do líder oposicionista venezuelano, Juan Guaidó, começará a tomar forma neste fim de semana. O político que na quarta-feira desafiou Nicolás Maduro declarando-se presidente interino do país procura fortalecer sua posição. Os primeiros para isso serão dados neste sábado. O anúncio foi feito pelo próprio Guaidó em uma manifestação realizada sexta-feira na praça Bolívar de Chacao, talvez o município da área de Caracas mais simbólico para a oposição. “Em cada município faremos assembleias populares para homenagear as vítimas e difundir a informação”, afirmou o líder do partido Vontade Popular. Nos protestos que precederam as marchas desta semana, pelo menos 26 pessoas morreram e 400 foram detidas, principalmente nos bairros populares.

Foi precisamente por meio desses conselhos que Guaidó, que assumiu a presidência da Assembleia Nacional no dia 5, conseguiu mobilizar a população descontente com o chavismo para organizar uma exibição de força sem precedentes nas ruas. Ele uniu as bases opositoras e desafiou o sucessor de Hugo Chávez com uma estratégia inicialmente ambígua que, entretanto, foi se definindo pouco a pouco. Através da interpretação de três artigos da Constituição, o líder da Assembleia pôs em andamento um plano para remover Maduro do poder, por considerá-lo um presidente sem legitimidade.

O apoio explícito que Guaidó recebeu da chamada comunidade internacional, começando pelos Estados Unidos, Canadá e os principais Governos latino-americanos, exceto os do México e do Uruguai, é crucial. Mas Guaidó precisa também de respaldo interno, não só de seus simpatizantes e de todos que foram se afastando do chavismo, mas também de uma parte da estrutura do Estado, começando pelas Forças Armadas.

Aqui é onde se encaixam as atividades previstas para este domingo. Um dia, assinalou o político, que ele pretende dedicar a informar os militares. Trata-se de explicar a eles o alcance da lei de anistia que Guaidó oferece para os que abandonarem Maduro. “Vamos nos organizar em pequenos grupos para que entreguem [a proposta] à família militar, a seus amigos militares, e depois aos comandos próximos”, disse ele, destacando o caráter pacífico dessas ações. Sem o apoio de pelo menos um setor dessa “família”, seria impossível chegar ao poder. Por isso, Guaidó pediu que seus seguidores baixem o texto de sua proposta, imprimam cópias e as distribuam. “Em pequenos grupos, vocês podem se aproximar dos comandos militares e entregá-las.” O objetivo é conseguir uma quebra interna das Forças Armadas, que nos últimos dias já deram alguns sinais de cansaço e protagonizaram ameaças de desobediência.

O terceiro passo para continuar com o desgaste do Governo será uma nova mobilização, prevista para a semana que vem. “Nós os avisaremos no domingo, estejam muito atentos”, afirmou Guaidó. Seu compromisso nesse sentido não tem nuances: ele pediu aos venezuelanos que marchem até o restabelecimento de uma democracia plena. Ou seja, “até que consigamos o afastamento da usurpação, um Governo de transição e eleições livres”, acrescentou.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_