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Ex-advogado de Trump admite que mentiu ao Congresso sobre a trama russa

Michael Cohen, que já se declarou culpado de financiamento ilegal da campanha, reconhece que havia dado informação falsa por lealdade ao presidente

O exabogado de Trump Michael Cohen.
O exabogado de Trump Michael Cohen.Julie Jacobson (AP)
Pablo Guimón

Michael Cohen, que foi o advogado pessoal de Donald Trump e um de seus mais próximos conselheiros durante mais de dez anos, se declarou culpado nesta quinta-feira de mentir diante do Congresso em seus depoimentos para a investigação federal sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Ao contrário do que afirmou anteriormente por escrito aos senadores e do que veio sustentando o próprio presidente, Cohen assegura que Trump seguiu tentando levar adiante um projeto imobiliário na Rússia meses após ter iniciado sua campanha à Presidência. A explosiva confissão, em um tribunal federal de Manhattan, após ter se declarado culpado em agosto de burlar as leis de financiamento da campanha, deve dar uma nova guinada na investigação do fiscal general Robert Mueller sobre o presidente dos Estados Unidos e seu entorno.

O projeto em Moscou, que não chegou a se materializar, constitui um dos pontos mais importantes na investigação sobre a possível conspiração entre a campanha de Trump e o Kremlin.  Nesta quinta-feira, o próprio Cohen reconheceu que mentiu em seu depoimento ante o Comitê de Inteligência do Senado sobre as negociações e reduziu o alcance real de seus contatos com oficiais russos sobre o projeto. Mentiu, por exemplo, sobre as datas da negociação da operação imobiliária. E o fez, declarou, por lealdade a Trump e para não interferir em sua “mensagem política”.

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Depois de saber da notícia, o presidente afirmou que Cohen é "uma pessoa débil e não muito esperta" que tenta obter "uma sentença reduzida". Com respeito à operação imobiliária em Moscou, sobre a qual assegurou que nunca se sentiu entusiasmado, defendeu que tinha direito de manter seus negócios durante a campanha. "Não realizei o projeto", lembrou, "não se tratava de ocultar nada".

Ao declarar-se culpado, Cohen pode buscar uma diminuição da condenação em troca de continuar cooperando com as investigações de Mueller. Em apenas duas semanas está previsto que se saiba qual a sentença sobre o caso do financiamento, em que Cohen se declarou culpado em agosto. Naquela ocasião, Cohen acusou Trump, em outro tribunal de Manhattan, de pagar para sumir com potenciais escândalos sexuais. Ele admitiu ter pago 130.000 dólares à atriz Stormy Daniels para não falar sobre um caso que supostamente manteve com o presidente.

A investigação de Mueller atravessa um momento particularmente agitado. O presidente, que na semana passada enviou por escrito suas respostas aos questionamentos do promotor especial, tem redobrado nos últimos dias seus ataques ao Departamento de Justiça e ao próprio Mueller, ao qual acusou de estar conduzindo uma “falsa caça de bruxas”. O promotor especial, por sua vez, acusou nesta semana o ex-diretor da campanha de Trump e testemunha chave na trama, Paul Manafort, de mentir reiteradamente aos investigadores e romper, assim, o acordo de colaboração que firmou ao se declarar culpado em setembro dos delitos de conspiração contra os Estados Unidos e de obstrução à Justiça por seus negócios como consultor na Ucrânia antes de trabalhar para o hoje presidente.

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