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Quem deve ficar de fora e quem deve ir para a Copa do Mundo 2018

TIte antecipou 16 jogadores no Mundial, mas perdeu Daniel Alves por lesão. Nomes como Fágner, Arthur, Geromel e Taison sonham com as vagas em aberto

Tite durante a sua última convocação.
Tite durante a sua última convocação.Lucas Figueiredo (CBF)
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Gabriel Jesus enfeitava rua na periferia em 2014. Agora, é a esperança de gols na Copa

O treinador da seleção brasileira, Tite, anuncia nesta segunda-feira, dia 14 de maio, às 14h (horário de Brasília), os 23 nomes convocados para a Copa do Mundo da Rússia 2018. Os selecionados deverão se apresentar na Granja Comary, em Teresópolis, no dia 21 de maio – com exceção daqueles que jogarem a final da Champions League, no dia 26 –, de lá seguindo para Londres no fim do mês e chegando a Sochi, cidade onde a equipe se concentrará na Rússia, uma semana antes da estreia contra a Suíça, marcada para 17 de junho. No mesmo dia da convocação para a Copa 2018, a CBF enviará uma lista com mais 12 nomes à FIFA, solicitada pela entidade internacional em caso de necessidade de substituição, que pode ser feita até 4 de junho; a confederação, no entanto, só deve anunciar os jogadores que viajarão para a Rússia.

Entre os 23 escolhidos, 16 foram confirmados pelo próprio Tite: os goleiros Alisson e Ederson, os laterais Daniel Alves e Marcelo, os zagueiros Marquinhos, Miranda e Thiago Silva, os volantes Casemiro, Fernandinho e Paulinho, os meias Renato Augusto, Philippe Coutinho e Willian e os atacantes Neymar, Roberto Firmino e Gabriel Jesus. Os 16, entretanto, se tornaram 15, uma vez que Daniel Alves foi confirmado como ausência para o Mundial na última sexta-feira (11), por necessidade de cirurgia no ligamento do joelho direito. Fora estes, dois nomes convocados para os últimos amistosos, contra Rússia e Alemanha, ganharam força: Douglas Costa, que vive bom momento na Juventus, e Fred, volante que teve a melhor temporada de sua carreira no Shakhtar. Sobrariam, assim, cinco vagas: o terceiro goleiro, os laterais reservas, o quarto zagueiro e um lugar para o meio ou ataque.

Para o gol, a opção escolhida dificilmente não será Cássio ou Neto. O corintiano tem a confiança de Tite, com quem já trabalhou, enquanto o atleta do Valencia, chamado para os últimos amistosos, é o segundo goleiro que mais defesas fez (110) na atual temporada da La Liga. Na lateral direita, sem Daniel Alves, Fágner, do Corinthians, e Danilo, do Manchester City, devem ocupar as duas vagas; eles são ameaçados apenas por Rafinha, do Bayern, que foi chamado duas vezes pelo atual treinador. Na esquerda, Filipe Luís parecia certo como reserva de Marcelo, mas uma fratura na fíbula em março colocou o lateral como dúvida; na sua ausência, Alex Sandro, da Juventus, seria chamado. No entanto, o jogador do Atlético de Madrid já se recuperou e esteve entre os relacionados nos últimos jogos do clube espanhol.

Pedro Geromel, considerado por muitos o melhor zagueiro jogando no Brasil, é o favorito para ocupar a quarta vaga da defesa. Seu grande concorrente, Rodrigo Caio, do São Paulo, já foi o favorito de Tite, mas chega às vésperas da Copa fora de seu melhor momento técnico e físico. Jemerson, do Monaco, e Gil, que está na China, são outros nomes cotados, mas que também não repetiram boas atuações de anos anteriores na atual temporada. O cenário mudaria com o deslocamento de Marquinhos, garantido na Copa, para a lateral (como já jogou no PSG), o que abriria duas vagas na defesa central brasileira.

A última vaga é a que levanta mais debate. Em tese, ela seria para a reserva de Paulinho ou Renato Augusto, os dois meias que jogam por dentro no esquema preferido de Tite. Giuliano, meia do Fenerbahçe que figurou em várias convocações do treinador, se encaixa na posição e agrada à comissão técnica pela versatilidade. Com características parecidas, Arthur, talvez a maior promessa brasileira do momento, corre por fora – ele só foi convocado uma vez pelo técnico. Tite ainda pode usar esse lugar na lista para peças mais ofensivas, seja um atacante de movimentação, como Taison (que frequentemente é convocado) e Luan (o melhor jogador atuando no país hoje), ou até mesmo optando por um centroavante de área, com características diferentes de Gabriel Jesus e Firmino – a exemplo de Willian José, convocado para os amistosos contra Rússia e Alemanha.

Há, ainda, aqueles que correm por fora, seja pelo nome, pela fase atual ou por histórico recente nas convocações. A maioria deles são meias, que seriam candidatos à vaga mais indefinida: Diego, do Flamengo (quatro convocações), Rodriguinho, do Corinthians (duas convocações), Lucas Lima, do Palmeiras (cinco convocações) e Anderson Talisca, do Besiktas (convocado apenas para os dois últimos jogos). Marcelo Grohe e Vanderlei (apenas o gremista já foi convocado) são dois goleiros que vivem grande fase desde o ano passado, ao contrário de Weverton, campeão olímpico e convocado em seis ocasiões, mas que agora é o terceiro da posição no elenco do Palmeiras. Eles têm poucas chances de figurar na lista definitiva. Outro nome cotado, desta vez para o ataque, é o de Diego Souza – ele esteve quatro vezes como reserva de Jesus, mas falhou em um semestre como camisa 9 do São Paulo e perdeu espaço para a concorrência.

Surpresas recentes

Cada vez evoluindo mais no Grêmio e de malas prontas para jogar no Barcelona, Arthur é o principal candidato à surpresa da lista final de Tite. O retrospecto recente está a favor do volante: pelo menos em três das quatro Copas deste milênio, o Brasil teve algum nome inusitado na convocação. Em 2002, Felipão escolheu Kaká, com apenas 20 anos, para integrar o elenco. Mesmo com Alex e Djalminha no páreo, Scolari ainda preferiu Ricardinho para substituir Emerson, lesionado em treino já na Ásia. Quatro anos depois, Parreira também chamou Ricardinho para a Copa e, no meio de uma seleção estrelada, escolheu Mineiro, volante do São Paulo, para substituir o lesionado Edmílson. Por fim, em 2014, a vaga mais indefinida, disputada por Robinho, Kaká, Lucas Moura e outros, acabou caindo no colo de Bernard. Apenas em 2010, o Brasil, dirigido por Dunga, optou por Júlio Baptista, Nilmar e Grafite, com histórico nas convocações, ao invés dos jovens Ganso e Neymar, que explodiam com o Santos naquele ano mas não tinham sido testados na seleção.

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