Papa pede “acolhida e assistência” aos venezuelanos que são “obrigados” a deixar seu país
Francisco também solicita o fim do “extermínio” na Síria e “respeito aos indefesos” na Palestina
Em sua mensagem antes de dar a bênção Urbi et Orbi —à cidade [de Roma] e ao mundo—, o Papa Francisco costuma sacudir as consciências repassando os conflitos que afligem a humanidade e denunciando a violência e as injustiças em diferentes partes do planeta. Neste domingo em que os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, o Pontífice pediu “frutos de consolação” para o povo venezuelano “que vive em terra estrangeira em seu próprio país” e rezou para que “encontre a via justa, pacífica e humana para sair quanto antes da crise política e humanitária que o oprime”. Também recordou os venezuelanos que “são obrigados a abandonar sua pátria” e pediu que não lhes falte “acolhida e assistência”. Francisco citou a mensagem que a Conferência Episcopal Venezuelana publicou recentemente para denunciar a crise generalizada que vive o país e na qual também reprovava “a pretensão de se implantar um sistema totalitário, injusto, ineficiente, manipulador, onde o jogo de se manter no poder à custa do sofrimento do povo é o lema”, em vista das próximas eleições no país, em 20 de maio.
Francisco também condenou particularmente a situação vivida na “amada e martirizada Síria”, arrasada por uma guerra civil que começou em 2011, e pediu que “se ponha fim imediatamente ao extermínio que está sendo levado a cabo, se respeitem os direitos humanos e e facilitem o acesso a ajuda”, e que sejam garantidas as condições necessárias para o regresso dos refugiados. A situação no país é especialmente crítica, sobretudo em Guta Oriental, onde nas últimas semanas pelo menos 1.600 civis morreram em bombardeios. A área permanece sob duro assédio do regime de Damasco há cinco anos.
Olhando para uma Praça São Pedro transformada em um jardim colorido, adornado com flores procedentes da Holanda, como é tradição neste dia desde 1985, o Papa também chamou a atenção para a situação crítica na “Terra Santa”, “golpeada por conflitos abertos que não respeitam os indefesos”. E pediu “frutos de reconciliação”, depois de uma Semana Santa sangrenta na Faixa de Gaza. Na sexta-feira morreram na região 17 jovens e ficaram feridos 1.400 civis durante o início dos protestos da chamada Grande Marcha de Retorno, que terá a duração de 45 dias nos territórios ocupados por Israel, para reivindicar o direito de todos os refugiados regressarem.
Do balcão central da Basílica de São Pedro, o papa também lembrou da situação vivida na península coreana e pediu “diálogo” para conseguir “harmonia e pacificação”. Ele fez um chamado à responsabilidade dos líderes políticos que nos últimos tempos jogam uma partida importante na região. “Que os que têm responsabilidades diretas atuem com sabedoria e discernimento para promover o bem do povo coreano e construir relações de confiança no seio da comunidade internacional”, disse.
O Vaticano acompanha com atenção os acontecimentos na península coreana, um cenário estratégico para a comunidade internacional e que se transformou em um tabuleiro diplomático crucial, especialmente nos últimos dias. Após a reunião na semana passada entre os presidentes norte-coreano, Kim Jong-un, e chinês, Xi Jinping, estão prestes a ocorrer encontros cruciais entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos e entre as duas Coreias. Depois de anos de deterioração das relações, houve uma aproximação em fevereiro, durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang (Coreia do Sul). Essa foi a primeira vez que uma delegação do Vaticano participou da cerimônia de inauguração, com o estatuto de observadora. Na ocasião o Papa também parabenizou a aproximação entre os dois países. “A trégua olímpica deste ano assume uma importância especial: a delegação das duas Coreias vai desfilar sob uma única bandeira e vai competir como uma única equipe.”
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