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Israel mata 16 palestinos em Gaza no início dos protestos que durarão seis semanas

'Marcha do Retorno' pretende levar 100 mil pessoas próximo à fronteira com Israel para reivindicar seu direito de retornar ao resto da Palestina

Um jovem palestino é socorrido após ter sido ferido durante uma manifestação perto da fronteira com Israel
Um jovem palestino é socorrido após ter sido ferido durante uma manifestação perto da fronteira com IsraelMOHAMMED ABED ((AFP) (REUTERS-QUALITY))
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A tensão entre Israel e Palestina aumenta novamente. Nesta sexta-feira, a população da Faixa de Gaza começou a levantar barracas de campanha brancas que permanecerão alinhadas na fronteira com Israel como protesto durante seis semanas. É o que as autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, chamaram de Marcha do Retorno, que, no entanto, começou com várias mortes. O Exército israelense, controlado pelo Governo conservador do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, tinha ordens de atirar em qualquer movimento suspeito na linha que separa esses dois “mundos”. Nos incidentes, 16 palestinos foram mortos por tiros das forças israelenses, enquanto outros 1272 ficaram feridos. Um dos mortos tinha 16 anos.

Cerca de 17.000 pessoas se aproximaram da fronteira em cinco pontos da Faixa e o Exército israelense respondeu com gases lacrimogêneos e munição real contra aqueles que se aproximaram da grade mais do que o permitido.

Parentes de Omar Samur, morador da faixa de Gaza morto a tiros disparados por um tanque israelense em 30 de março de 2018
Parentes de Omar Samur, morador da faixa de Gaza morto a tiros disparados por um tanque israelense em 30 de março de 2018SAID KHATIB (AFP)

“Durante a madrugada [de sexta-feira], dois suspeitos se aproximaram da grade de separação no sul da Faixa de Gaza em atitude suspeita. Como resposta, um tanque do Exército disparou contra eles”, um dos quais morreu, disse um porta-voz do Exército israelense à agência EFE. Horas antes, tropas israelenses tinham atirado contra um grupo de manifestantes palestinos que tentaram danificar a barreira de segurança, de acordo com informações da imprensa local, citando fontes do Exército israelense.

Omar Samur perdeu a vida a leste do campo de refugiados de Kan Yunis, na Faixa de Gaza, informou o porta-voz do Ministério da Saúde da Faixa, Ashaf al Qedra, que disse que Israel havia disparado contra “agricultores palestinos”. Cerca de cem soldados das forças especiais israelenses foram mobilizados na fronteira com o território controlado pelo Hamas para agir em qualquer cenário. O último morto até o momento é um jovem de 16 anos, elevando o número de mortos a oito, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.

Grupo de muçulmanos palestinos no momento da oração, enquanto montam uma barraca na Faixa de Gaza em 29 de março de 2018
Grupo de muçulmanos palestinos no momento da oração, enquanto montam uma barraca na Faixa de Gaza em 29 de março de 2018MAHMUD HAMS (AFP)

A Marcha do Retorno chama a população para acampar a cerca de 500 metros da fronteira com Israel e reivindicar seu direito de retornar ao resto da Palestina. Os organizadores da marcha – que começa nesta sexta-feira para lembrar a morte de seis árabes desarmados em 1976 e terminará em meados de maio, quando os Estados Unidos planejam transferir sua embaixada para Jerusalém – afirmam que a manifestação será pacífica, mas as autoridades israelenses estão se preparando para possíveis incidentes, pois a tensão nos territórios está aumentando desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou a decisão de mudar sua embaixada reconhecendo a Cidade Sagrada como capital de Israel. Fontes militares disseram à EFE que cerca de 200 palestinos participaram de protestos violentos em quatro localidades ao longo da barreira de segurança que separa Gaza de Israel, acendendo fogueiras e atirando pedras contra soldados israelenses.

Os organizadores da Marcha estimam a presença de 100.000 pessoas. “Há 70 anos deixamos a nossa terra e hoje decidimos voltar ao nosso país”, disse Khaled al-Batsh, um dos líderes do protesto, à Agência France Presse (AFP).

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