Uma Thurman rompe silêncio sobre Harvey Weinstein e seus abusos
Atriz diz que se alegra com a queda do produtor e revela que ela também foi vítima do assédio sexual em Hollywood
A atriz norte-americana Uma Thurman quebrou nesta quinta-feira seu silêncio sobre o monumental escândalo que atingiu o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual por dezenas de mulheres de Hollywood. Numa mensagem publicada no Instagram, com um fotograma de Kill Bill em que sua personagem Beatrix Kiddo dirige um conversível a caminho de sua missão homicida, ao som de Goodnight Moon, a atriz diz que se alegra de assistir à queda de Weinstein, revela que ela também foi vítima de abusos e anuncia que mais adiante detalhará o que lhe ocorreu.
Na mensagem, por ocasião da festa de Ação de Graças nos EUA, a atriz começa dizendo: “Sou grata hoje por estar viva, por todos os que amo e por todos aqueles que têm a valentia de lutar pelos outros”. “Disse recentemente que estava zangada, e tenho alguns motivos, #metoo [‘eu também’, a hashtag usada por milhares de mulheres em todo o mundo para denunciar abusos sexuais], caso vocês não tenham percebido pela expressão do meu rosto”, prossegue.
“Considero importante esperar o tempo necessário, ser justo, ser exato, então... feliz Thanksgiving a todos! (Exceto para você, Harvey, e todos seus doentios conspiradores. Que bom que está sendo devagar – vocês não merecem uma bala)”, prossegue com dureza a atriz, de 47 anos e prestes a estrear na Broadway.
Thurman, que trabalhou em sete filmes produzidos por Weinstein, incluindo Pulp Fiction e Kill Bill Vol. 1 e 2, refere-se nessa mensagem ao furioso comentário que fez sobre o escândalo sexual no começo de novembro. “Não tenho nada a dizer, porque não sou uma menina e aprendi que, quando falo estando irritada, geralmente me arrependo do que digo”, disse a atriz a uma jornalista na ocasião. “Estou esperando para me sentir menos irritada. Quando estiver preparada, falarei”, acrescentou. Já está. Seu post termina com a frase: “Fiquem ligados”, em referência a futuras revelações.
Daryl Hannah, colega de elenco de Uma Thurman em Kill Bill, é uma das mulheres que acusam Weinstein de assédio sexual. Segundo relatou à revista The New Yorker, ele a assediou em duas ocasiões, e numa delas Hannah precisou montar uma barricada com móveis em seu quarto de hotel para mantê-lo afastado e evitar que a estuprasse.
O cineasta Quentin Tarantino, por sua vez, admitiu numa entrevista que há décadas sabia que o produtor cometia abusos sexuais, e admitiu se sentir envergonhado por não ter feito nada a respeito e não ter deixado de trabalhar com o magnata. “Sabia o suficiente para ter feito mais do que fiz”, disse o ganhador de dois Oscars ao jornal The New York Times. “Havia algo além dos tradicionais rumores e das intrigas habituais. Não era [informação] de segunda mão”, reconheceu.
O produtor foi acusado por 70 mulheres de abusos sexuais em diversos graus (incluindo quatro estupros). Entre as atrizes que lançaram acusações contra Weinstein se encontram Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Mira Sorvino, ex-namorada de Tarantino.
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