Trump apresenta plano que usa 800.000 imigrantes como moeda de troca para muro com o México
Outras medidas de segurança foram pedidas ao Congresso para manutenção dos direitos dos 'dreamers'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu recursos para financiar o muro na fronteira com o México e agilizar a expulsão dos menores não acompanhados como parte de qualquer acordo para proteger os dreamers, os 800.000 jovens sem documentos que chegaram aos EUA quando eram menores e que até agora tinham permissão para residir e trabalhar legalmente por dois anos. O pedido de Trump também abrange a contratação de mais agentes de imigração e o limite à concessão de vistos.
A proposta prevê medidas contra a entrada de menores não acompanhados nos EUA, provenientes sobretudo da América Central. O plano, apresentado aos líderes do Congresso na noite de domingo, foi rechaçado pelos democratas, que buscam uma solução legislativa para o programa de Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA, na sigla em inglês), cujo fim Trump anunciou no mês passado.
A lista de medidas inclui um pedido de fundos para contratar mais 370 juízes de imigração; 1.000 advogados para o Serviço de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE, na sigla em inglês); 300 promotores federais e 10.000 agentes adicionais do ICE para garantir o cumprimento das leis de imigração.
A proposta de Trump também contempla, embora sem dar números, limitar as permissões de residência ou green cards para cônjuges e filhos menores de idade de quem já vive nos EUA, bem como criar um sistema de pontos para obter esse documento. Em agosto, Trump já respaldou um projeto de lei que pretende reduzir pela metade a entrada de imigrantes legais nos EUA ao longo da próxima década através da redução na concessão de permissões de residência.
“O presidente deixou claro o seu desejo de que o Congresso aprove uma reforma de imigração responsável junto com qualquer legislação relacionada ao DACA”, disse a porta-voz da Casa Branca Lindsay Walters. O Governo Trump quer que a lista oriente a reforma de imigração no Congresso e acompanhe um projeto para substituir o DACA, um programa da era do ex-presidente Barack Obama que protegeu quase 800.000 imigrantes da deportação e também possibilitou que obtivessem permissões de trabalho.
“O Governo não pode estar falando sério sobre um compromisso ou ajuda aos dreamers se começar com uma lista que é um anátema para eles, para a comunidade de imigrantes e para a maioria dos norte-americanos”, avaliam a líder democrata no Congresso, Nancy Pelosi, e seu homólogo no Senado, Chuck Schumer. “A lista inclui o muro, que foi explicitamente descartado das negociações. Se o presidente estava falando sério sobre a proteção aos dreamers, seus funcionários não fizeram um esforço de boa fé”, ressaltaram.
Em meados de setembro, Pelosi e Schumer anunciaram um acordo com Trump para manter a proteção aos dreamers e concluir um pacote de segurança fronteiriça que não inclui o muro na fronteira com o México proposto pelo mandatário. “Concordamos em transformar em lei a proteção do DACA e elaborar um pacote de segurança fronteiriça, excluindo o muro, que é aceitável para ambas as partes”, disseram em nota.
A Casa Branca foi mais moderada em seu comunicado, no qual menciona o DACA como um dentre muitos assuntos tratados, que incluíam uma reforma tributária e da infraestrutura. Nesse sentido, a secretária de Imprensa da Presidência, Sarah Huckabee Sanders, declarou que “embora o DACA e a segurança fronteiriça tenham sido discutidos, excluir o muro não foi algo que se acordou”. Em resposta, o porta-voz de Schumer, Matt House, tuitou: “O presidente deixou claro que continuará defendendo o muro, mas não como parte desse acordo”.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.