Milhares de pessoas protestam em Barcelona a favor da unidade da Espanha
Manifestação, que tem como lema 'Recuperemos a sensatez', teve a presença de Mario Vargas Llosa
Milhares de pessoas inundaram neste domingo o centro de Barcelona ao meio-dia para protestar contra o processo independentista e em favor da unidade da Espanha e da Constituição. Sob o lema “Recuperemos a sensatez”, a manifestação, convocada pela entidade Sociedade Civil Catalã, percorreu um trajeto a partir da praça Urquinaona até o Pla de Palau e a estação Francia. A marcha, que transcorreu sem incidentes, terminou com discursos do escritor peruano Mario Vargas Llosa e político socialista Josep Borrell, entre outros.
O manifesto da Sociedade Civil Catalã lido ao final do ato pediu pelo fim da "marginalização" dos catalães não nacionalistas, assim como com a "confrontação", a "confusão" e a "dor" que, afirma o texto, vive a população da Catalunha em consequência do referendo independentista de 1º de outubro. "Nenhum ator político deve esquecer que os catalães não nacionalistas fazem parte do cenário e que também somos sociedade catalã. Acabou a marginalização, temos direito a ser escutados e a ser levados em conta", afirma o manifesto.
O ganhador do Nobel Mario Vargas Llosa discursou contra a "paixão nacionalista", chamou Carles Puigdemont, Oriol Junqueras e Carme Forcadell de "golpistas", e destacou que "a conjura independentista não destruirá 500 anos de história" da unidade da Espanha nem a transformará em um país "de terceiro mundo". "Não queremos que as empresas saiam da Catalunha como se ela fosse uma cidade medieval afetada pela peste. Queremos que as empresas voltem para que a Catalunha seja a locomotiva da Espanha. Queremos que ela seja a capital cultural do país", disse em um momento.
Acenando bandeiras espanholas, os manifestantes ocuparam o centro da cidade. A direção do Partido Popular (PP) participou da marcha com a presença de alguns de seus principais líderes parlamentares, entre eles, a presidenta da Comunidade de Madri, Cristina Cifuentes, e a ministra da Saúde, Dolors Montserrat. A cúpula do partido Cidadãos, com Albert Rivera e Inés Arrimadas, fez o mesmo. O Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), que nunca havia apoiado marchas da Sociedade Civil, desta vez defendeu a manifestação, sem se somar formalmente ao ato.
A marcha terminou com manifesto lido pelo escritor Mario Vargas Llosa e por Josep Borrell
O vice-presidente da Sociedade Civil Catalã (SCC), José Domingo, pediu ao presidente da Generalitat (Governo regional) da Catalunha, Carles Puigdemont, que não cometa "a insensatez e a provocação" de declarar a independência, e pediu que se "recupere o bom senso". Neste domingo fez essas declarações à imprensa antes do início da manifestação que pretendia, segundo ele, "visualizar que outra Catalunha existe".
Xavier García Albiol, presidente do PP na Catalunha, destacou que nos últimos 20 anos tem havido momentos históricos em que a população tem saído às ruas. A primeira, disse, foi para defender a honra de Miguel Ángel Blanco, assassinado pelo ETA, e a segunda para defender a unidade de Espanha. "Que Puigdemont saiba que não vamos permitir", afirmou o político, enquanto as pessoas que o rodeavam gritavam: "Puigdemont para a prisão".
A mobilização deste domingo foi a maior já organizada pela Sociedade Civil Catalã. Os organizadores afirmaram que 950.000 pessoas marcharam por Barcelona. A Guarda Urbana de Barcelona disse que o número de presentes foi de 350.000. Fontes da Polícia Nacional da capital catalã estimaram um mínimo de 400.000 pessoas. Os organizadores fretaram ônibus que partiram de outros pontos da Espanha para facilitar a chegada à manifestação. Muitas pessoas chegaram no sábado à noite.
Pela manhã realizou-se uma outra manifestação, com um trajeto alternativo, à qual compareceram alguns grupos de extrema-direita, entre eles Falange e Plataforma pela Catalunha. Participaram de uma concentração de protesto em frente ao comando da Guarda Civil. Vários desses grupos realizaram percursos alternativos e queriam culminar a manifestação, em alguns casos, na praça Sant Jaume e em outros pontos do Parc de la Ciutadella, às portas do Parlamento catalão. A Sociedade Civil mobilizou um amplo serviço de ordem e advertiu que retiraria de sua manifestação qualquer símbolo não constitucional.
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