Após prisão, Comitê Olímpico Internacional afasta Nuzman e suspende COB
A punição chega um dia depois da detenção do dirigente, suspeito de comprar votos para trazer a Olimpíada ao Rio de Janeiro. Decisão não afetará atletas brasileiros
O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira a suspensão provisional do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), assim como a de seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, de suas funções. Nuzman será afastado de todos seus "direitos, prerrogativas e funções derivadas de seu cargo de membro de honra do COI", como também das suas responsabilidades na Comissão de Coordenação dos Jogos de Tóquio de 2020. A decisão chega um dia depois de a Polícia Federal prender Nuzman na sua residência sob a suspeita de ter atuado como mediador para a compra de votos na eleição do Rio de Janeiro como sede olímpica em 2016.
O COI anunciou que congelará os pagamentos destinados ao COB, mas a punição não afetará os atletas brasileiros. Estes continuarão recebendo as bolsas da organização e poderão competir nos Jogos de Inverno de 2018, que serão celebrados em fevereiro em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Segundo o COI, os esportistas participarão sob a bandeira do COB, com “todos seus deveres e obrigações”.
Nuzman, presidente do COB desde 1995, foi preso nesta quinta-feira, junto ao seu braço direito Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do comitê Rio 2016. Ambos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação que o levou à prisão é um braço da Lava Jato e apura a compra de votos de membros do Comitê Olímpico para eleger Rio de Janeiro como sede olímpica, em outubro de 2009. Segundo os investigadores, Nuzman foi “figura central” de um esquema criminoso que combinou os interesses econômicos de empresários e políticos do Rio com os dos membros do COI dispostos a vender seus votos para a escolha da cidade olímpica. O Rio de Janeiro, a primeira cidade da América do Sul a receber uma Olimpíada, venceu as candidaturas de Madri, Chicago e Tóquio. Na ronda final da votação, os cariocas superaram os madrilenhos por 66 a 32, mais da metade dos votos.
Os indícios recolhidos apontam que Nuzman comprou o voto do senegalês Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), por, pelo menos, dois milhões de dólares. Diack, além de ter votado a favor do Rio, ainda teria influenciado outros dirigentes esportivos do continente africano a votar pelo Rio. O dinheiro foi pago, segundo a Polícia Federal, pelo empresário Arthur César Soares de Menezes, conhecido como Rei Arthur por ser o campeão entre os prestadores de serviços ao Governo do Rio, chegando a somar três bilhões de reais em contratos. A investigação, no entanto, avança na tese de que ele não foi o único a colaborar com o esquema de propinas e aponta que outros empresário, que se beneficiariam de contratos públicos com a celebração do evento, participaram também da suposta farsa.
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