Presidente do Governo catalão anuncia que vai declarar a independência nos próximos dias
Puigdemont argumentou que, depois do referendo deste domingo, os catalães conquistaram o direito de serem “escutados, respeitados e reconhecidos”
O presidente da Generalitat (governo regional catalão), Carles Puigdemont, fez um pronunciamento institucional ao lado de todo o seu gabinete, depois do referendo separatista deste domingo, em que voltou a recriminar com firmeza as agressões policiais ocorridas durante o dia em vários locais de votação. “Brutalidade policial”, “repressão brutal”, “humilhações” e “abusiva e grave violência policial” foram algumas das expressões empregadas para assegurar que “o Estado espanhol escreveu hoje [domingo] uma página vergonhosa na história da sua relação com a Catalunha”. Por esse motivo, Puigdemont apelou em nove ocasiões à Europa, assegurando que os catalães conquistaram nas urnas “o direito de serem escutados, respeitados e reconhecidos” no velho continente. “A União Europeia não pode mais continuar olhando para o outro lado”, insistiu Puigdemont, pedindo às instituições comunitárias que “ajam com rapidez” frente aos “abusos” do Governo espanhol do Partido Popular, que “escandalizam os homens e mulheres de bem”.
Puigdemont, que já havia feito declarações públicas pela manhã, pouco depois de votar (em uma seção eleitoral diferente da prevista, devido a uma ação da Guarda Civil no local original), fez elogios às cerca de 800 pessoas atendidas neste domingo por causa das “claras violações dos direitos humanos”, em referência à atuação policial. Por isso, declarou que “a Catalunha ganhou muito referendos” neste domingo. Um deles seria a “mensagem ao mundo” resultante da participação de “milhões de pessoas” na consulta, embora àquela hora ainda não tivesse sido anunciado o total de votantes. O presidente convocou seu gabinete para uma reunião extraordinária na manhã desta segunda-feira.
“Direito a um Estado”
“Nós, cidadãos da Catalunha, conquistamos o direito de termos um Estado independente que se constitua na forma de república”, proclamou Puigdemont, parafraseando a pergunta do referendo. Nessa linha anunciou que o Governo que ele preside entregará ao Parlamento regional “nos próximos dias” os resultados da consulta, para que os deputados tomem as providências previstas na lei que convocou a votação – a qual é considera ilegal pelo Governo espanhol.
O artigo 4.4 dessa norma, suspensa pelo Tribunal Constitucional, prevê que em um prazo de 48 horas após a proclamação dos resultados o Parlamento celebraria uma sessão ordinária “para efetuar a declaração formal da independência da Catalunha, seus efeitos, e decidir o início do processo constituinte”. Nesta quarta-feira, dia 4, está prevista uma sessão plenária do Parlamento catalão, o que cai como uma luva para os planos separatistas.
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