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Milhares saem às ruas na Espanha contra a independência da Catalunha

Manifestação em Madri, convocada pela Fundação Defesa da Nação Espanhola, reúne 10.000 pessoas

Concentração contra o referendo em Barcelona.
Concentração contra o referendo em Barcelona.Samuel Sánchez

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram neste sábado em frente às prefeituras das principais cidades espanholas em defesa da unidade da Espanha, na véspera do referendo ilegal de autodeterminação da Catalunha, previsto para este domingo. As marchas, que ocorrem de maneira pacífica, estão cheias de bandeiras espanholas, a maioria com o escudo oficial, embora também se vissem algumas –muito poucas, proporcionalmente – com o escudo da águia de San Juan, da ditadura franquista.

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A Catalunha nunca foi uma nação independente, mas tem há muito um Governo próprio, conhecido como Generalitat. O atual enfrentamento entre independentistas e os que defendem a união começou em 2010, em um momento no que a Espanha estava vivendo uma profunda crise econômica que afetou com especial virulência a Catalunha. Desde então, os independentistas se esforçaram para reunir multidões em manifestações convocadas sempre em 11 de setembro, o Dia da Catalunha

As manifestações deste sábado foram convocadas para o início da tarde pela Fundação Danaes (Defesa da Nação Espanhola). Em Madri, a marcha, apoiada pelo partido de direita extraparlamentar Vox, reuniu cerca de 10.000 participantes, segundo fontes policiais. Alguns dos manifestantes entoaram cantos e gritaram slogans contra a prefeita de Madri, Manuela Carmena, e entoaram o hino da Legião [tradicional força militar espanhola] informa Helena Poncini.

Em Barcelona, a concentração na frente da prefeitura, na praça de Sant Jaume, reuniu várias centenas de pessoas, como em vezes anteriores, por exemplo o dia da Festa Nacional de 12 de outubro. “Puigdemont, para a prisão” e “Eu sou espanhol, espanhol, espanhol” foram alguns dos lemas cantados em coro pelos manifestantes, alguns vindos de outras cidades catalãs, relatam Pilar Álvarez e Pablo Ordaz.

Na marcha da capital catalã, um grupo de participantes agrediu um militante independentista que gritou “Votar!” no meio da concentração. Depois de se reunir na praça de Sant Jaume, parte dos manifestantes foi, pela Via Laietana, até a Chefatura Superior de Polícia para saudar os agentes da Polícia Nacional.

Outras capitais espanholas, como Valência, Sevilha, Valladolid, Santander, Santiago de Compostela e Cádiz, também registraram concentrações semelhantes na frente de suas prefeituras. As manifestações foram organizadas por meio das redes sociais. A hashtag do Twitter #Españasalealacalle, lançada pelos convocadores, tornou-se a mais seguida na manhã.

As convocações do meio-dia se dispersaram sem maiores incidentes. Para 17h30 foi convocada, de maneira anônima, outra convocação semelhante nas praças das prefeituras de toda a Espanha, contra o referendo de domingo.

Durante a manhã também houve marchas a favor do referendo. No bairro madrilenho de Lavapiés, cerca de 30 pessoas se reuniram em torno de uma grande bandeira e de um cartaz com a mensagem “Direito de decidir, Madri pela democracia”, informa Constanza Lambertucci. Alguns moradores de Lavapiés lançaram batatas, iogurte e latas sobre as pessoas que ainda estavam concentradas no local depois da uma da tarde.

Em Santiago de Compostela, o histórico nacionalista e fundador do partido independentista Anova, Xosé Manuel Beiras, defendeu a necessidade de apoiar o referendo da Catalunha e censurar a “repressão e eliminação de direitos e liberdades” por parte do Governo central. “Se não nos mobilizarmos vão nos transformar outra vez em escravos, não somente os catalães, mas todos nós”, disse a jornalistas durante uma manifestação organizada pelo movimento Galiza con Catalunya que teve a participação de mais de 3.000 pessoas.

Para entre 17h e 18h foi convocada outra concentração, via Facebook, na capital da Espanha a favor da consulta de domingo.

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