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Turista brasileiro morre no Chile durante protesto de taxistas contra Uber e Cabify

Manifestantes haviam bloqueado o acesso ao aeroporto de Santiago, e a vítima sofreu um infarto no meio do congestionamento

Rocío Montes
Um grupo de taxistas bloqueia o acesso ao aeroporto de Santiago.
Um grupo de taxistas bloqueia o acesso ao aeroporto de Santiago.E. G. (EFE)

Um turista brasileiro de 65 anos identificado como Mario Ironchi Suzuki morreu nesta segunda-feira à tarde em Santiago após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante um protesto de taxistas contra os aplicativos de transporte Uber e Cabify. A vítima passou mal no meio do congestionamento, quando se dirigia ao aeroporto internacional da capital chilena para regressar ao Brasil. Policiais o levaram de helicóptero ao hospital HUAP, mais conhecido pelo antigo nome de Posta Central, onde Suzuki – que era hipertenso e viajava com a mulher – morreu pouco depois das 14h. O protesto dos taxistas havia sido previamente aprovado pelas autoridades.

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O procurador-geral do Chile, Jorge Abbott, anunciou a abertura de uma investigação para determinar as responsabilidades e observou que os organizadores da manifestação poderão ser processados por homicídio culposo. “É um fato extremamente grave”, afirmou Abbott.

O Governo chileno, por sua vez, anunciou a abertura de um processo com base na Lei de Segurança do Estado pelo bloqueio do acesso ao aeroporto da capital. O protesto provocou uma jornada de caos no terminal aéreo: viajantes com suas malas caminhando pela estrada e centenas de passageiros com voos perdidos. Cerca de motoristas foram detidos pelas Forças Especiais de Carabineiros (polícia), houve vários veículos apreendidos, e dezenas de multas expedidas.

Os taxistas de Santiago estão envolvidos em um protesto permanente contra o Uber e o Cabify. Como não foram autorizados a fazer uma passeata no centro de Santiago, um grupo de motoristas decidiu nesta segunda-feira bloquear a autopista que dá acesso ao aeroporto. Mario Hidalgo, presidente da Coordenadoria de Taxistas, disse em entrevista coletiva que não houve uma convocação explícita para bloquear a via, o que teria sido uma ação “espontânea”. Num país que ainda não tem uma política definida a respeito de aplicativos como Uber e Cabify, que trabalha numa normativa para regularizá-los, dirigentes da associação Taxistas Unidos do Chile disseram que sua intenção é sensibilizar os parlamentares sobre os efeitos nocivos desses aplicativos para o seu setor.

As manifestações dos taxistas têm sido recriminadas por autoridades e cidadãos, o que se exacerbou depois da morte do turista brasileiro. “Não perceberam o dano que fizeram à sua causa”, disse o prefeito de Santiago, Claudio Orrego. “Ninguém pode pretender que seus direitos sejam respeitados transgredindo os direitos de outros. Isto é inaceitável, isto é ilegal e atenta contra uma boa convivência.”

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