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Janot faz novo pedido de prisão preventiva de Aécio Neves

Senador teve prisão rejeitada por Edson Fachin e Marco Aurélio Mello, mas procurador-geral da República avalia que prisão é imprescindível

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em uma foto de janeiro deste ano.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em uma foto de janeiro deste ano.VALTER CAMPANATO (AGÊNCIA BRASIL)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir que seja decretada a prisão preventiva do senador Aécio Neves (PSDB). A prisão já tinha sido rejeitada pelo ministro Edson Fachin em 18 de maio, mas Janot pediu que o plenário do Supremo reconsiderasse o pedido, o que nunca aconteceu. O caso acabou redistribuído para o ministro Marco Aurélio Mello, que negou novo pedido de prisão em 30 de junho. Nesta segunda-feira, Janot pediu a Mello que reconsidere o pedido e que, caso discorde da prisão, coloque o caso para análise da 1ª Turma do Supremo, na qual, além de Mello, fazem parte Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux e Rosa Weber.

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O novo pedido de prisão ocorre em momento no qual Aécio se recompõe para enfrentar a Justiça. Após recuperar o mandato no fim de junho, por decisão de Marco Aurélio Mello – que também soltou a irmã de Aécio, Andrea Neves, e o primo, Frederico Medeiros, envolvidos no recebimento de propina para o senador –, Aécio também teve uma acusação arquivada na Comissão de Ética do Senado. Voltou à Casa, e retomou sua rotina. Ao mesmo tempo, ganha força política dentro do Governo Temer, que conta com seu apoio, a despeito dos tucanos contrários a se manter na base aliada do presidente. Neste sábado, compareceu a um jantar com o presidente Michel Temer (PMDB) no Palácio do Jaburu.

Para Janot, a prisão de Aécio continua imprescindível e urgente para as investigações. “O robusto acervo probatório carreado aos autos desta ação cautelar — com destaque para as provas colhidas no bojo das ações controladas e interceptações telefônicas, todas devidamente autorizadas pelo Ministro Edson Fachin — não deixam dúvidas de que, na época do pedido de prisão, tal como os demais requeridos, o senador Aécio Neves também estava tecnicamente em estado de flagrância em relação aos crime de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço a investigação criminal que envolve a organização criminosa”, destaca Janot no novo pedido.

Aécio é acusado de pedir e receber 2 milhões de reais de propina do frigorífico JBS. O pagamento foi feito pelo empresário Joesley Batista, sócio da JBS. E esse foi um dos trunfos do acordo de delação premiada do empresário. Como foi denunciado por Joesley, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal filmaram as entregas de dinheiro a um primo de Aécio e constataram até o destino da propina, a conta bancária de uma empresa do senador Zezé Perrella. O pedido de Aécio ficou documentado em mensagens e conversas telefônicas -- a entrega foi filmada.

A defesa de Aécio até agora foi dizer que era, na verdade, um empréstimo para pagar advogados, embora nunca tenha feito qualquer movimento nesse sentido. Com o fim do recesso do Judiciário, o novo pedido de prisão terá de ser analisado. Prisões de senadores também precisam ser confirmadas pelo plenário do Senado Federal.

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