Acidente de trem em Barcelona deixa pelo menos 56 feridos
Composição bateu em muro de proteção quando chegava à estação. Uma pessoa está em estado grave
Pelo menos 56 pessoas ficaram feridas − uma delas em estado grave, mas sem risco de morrer – quando um trem do serviço Rodalies da empresa Renfe se chocou contra um muro de proteção no fim de sua linha na Estação França, em Barcelona, na manhã desta sexta-feira. Muitas pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade, porque o trem já estava freando e os passageiros já tinham se levantado para descer quando o acidente aconteceu. A Renfe e a empresa estatal que administra o sistema ferroviário, a Adif, investigam as causas do acidente. O ministro dos Transportes, Íñigo de la Serna, afirmou que o trem tinha passado por todas as inspeções previstas em seu plano de manutenção, a última no dia 18, e se aproximou da estação “na velocidade correta”. O maquinista, de 31 anos, tem 7 anos de experiência.
“O trem estava freando, senão as consequências teriam sido piores”, explicou Josep Rull, conselheiro de Território da Catalunha. Pelo efeito-sanfona do choque, as rodas entre o primeiro e o segundo vagão descarrilaram e se deslocaram para a parte interna da via. Além de Rull, outros dois conselheiros (do Interior e da Saúde) foram à Estação França para verificar de perto a situação. O chefe do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, seu vice, Oriol Junqueras, a prefeita de Bercelona, Ada Colau, e o delegado do Governo na Catalunha, Enric Millo, também foram ao local.
Segundo relatos de passageiros, o trem estava a ponto de finalizar sua entrada na estação quando ocorreu o choque, fazendo com que muitos deles caíssem no chão ou para os lados. No primeiro vagão, uma parte do teto se desprendeu. Uma das passageiras do primeiro vagão, Lidia García, contou que estava dormindo no momento do acidente. “Foi como um terremoto, mas tivemos sorte”, disse ela, que ficou ferida na sobrancelha.
O acidente ocorreu às 7:15, quando o trem, procedente de Sant Vicenç de Calders (Tarragona), da linha R2 Sul, chegou à Estação França e não conseguiu frear totalmente, chocando-se contra o batente no final da linha 11. Dezenas de ambulâncias e contingentes da polícia e dos bombeiros se deslocaram para a estação. O tráfego foi bloqueado em uma ampla área ao redor da estação, para facilitar a entrada e saída dos veículos de emergência.
Sentada em um banco perto da plataforma 11, Rosa esperava ser atendida. Ela ficou ferida na perna ao cair por causa da colisão. “Mas não é nada grave”, afirmou. Rosa viajava em um dos últimos vagões. É de Viladecans, mas nesta sexta-feira tinha ido a Barcelona para ver seu pai, que está internado no hospital do Mar. Ao lado de Rosa estava sentada Silvia, de Calafell, que viajava no primeiro vagão para ir para o trabalho. Com o choque, ela caiu de lado no chão. “Tenho pensado muito no que aconteceu”.
A maioria dos passageiros feridos foi atendida na própria plataforma pelos serviços de emergência. Os casos mais graves foram levados de ambulância para centros hospitalares. O Governo da comunidade autônoma ativou o estado de alerta do Plano de Proteção Civil da Catalunha para situações de emergência no transporte ferroviário de passageiros (Ferrocat). Esse alerta é ativado quando há incidentes que podem trazer riscos para as pessoas ou para a infraestrutura. A administração municipal de Barcelona, por sua vez, ativou seu Protocolo de Atuação em casos de Múltiplas Vítimas. Numerosas viaturas dos Bombeiros de Barcelona, da Guarda Urbana e dos Mossos d'Esquadra (a polícia da Catalunha) se deslocaram para o local do acidente.
Por outro lado, um representante do setor ferroviário de Barcelona na Confederação Geral do Trabalho (CGT), Antonio Terré, informou que a greve iniciada à zero hora (horário local) desta sexta-feira está mantida. A paralisação deve terminar às 23 horas. “O sindicato se coloca à disposição e manifesta seu apoio aos feridos” no acidente, afirmou. Terré desvinculou totalmente o acidente da greve e explicou que os trabalhadores do setor ferroviário não sabem “o que pode ter acontecido”. A greve foi convocada em protesto contra “a falta de pessoal e o desmantelamento do serviço público” e “para reivindicar saídas dignas para uma força de trabalho envelhecida”.
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