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Acidente com trem português mata quatro pessoas na Espanha

Descarrilamento aconteceu perto de uma estação na Galícia

Agentes da Guarda Civil e bombeiros no local do descarrilamento.Foto: reuters_live | Vídeo: El País Vídeo

Quatro pessoas morreram devido ao descarrilamento de um trem português com 63 passageiros na manhã desta sexta-feira na localidade de O Porriño (Galícia, noroeste da Espanha), segundo autoridades e fontes médicas. O acidente ocorreu 200 metros antes de o trem chegar à estação. O chefe do serviço de emergências local, José Carlos Fontoira, informou que houve 47 feridos, 7 delas com gravidade moderada e 1 em estado gravíssimo.

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O chamado trem Celta, que partira minutos antes de Vigo (Espanha) com destino ao Porto (Portugal), descarrilou por volta de 9h25 (4h25 em Brasília), por razões ainda desconhecidas, segundo uma porta-voz da empresa ferroviária espanhola Renfe. Além dos 63 passageiros, viajavam no trem um maquinista e um inspetor, ambos portugueses.

As primeiras informações dão conta de que o trem colidiu com um viaduto da rodovia N-120, logo depois de uma curva, e só parou ao encontrar uma torre de aço. O primeiro vagão ficou com as rodas para o ar, e os outros dois foram menos danificados.

A maioria dos passageiros, inclusive alguns feridos, conseguiu sair do trem andando pelos trilhos. Dos 47 feridos, 20 foram levados ao hospital Álvaro Cunqueiro, 14 ao hospital Povisa, 9 hospital de Fátima (todos em Vigo) e quatro ao posto de saúde de O Porriño. “Não se teme pela vida de nenhum dos feridos”, disse Fontoira.

A polícia confirmou que três corpos foram retirados dos destroços e que uma quarta vítima morreu no hospital Álvaro Conqueiro. Entre os mortos está o maquinista José Arnaldo Moreira, de 45 anos; o mecânico de trem Miguel Veiga, de 55; o jogador de handebol Joaquín Rodríguez, de 23; e um cidadão norte-americano que ainda não foi identificado.

Sobreviventes disseram que o trem ia muito rápido e freou bruscamente, causando a queda de malas e outros objetos. Esse é um trecho reto, e aparentemente não havia obstáculos sobre a via. A prefeita de O Porriño, Eva Garcia de la Torre, disse que recentemente houve obras na ferrovia para que os trens que passam “no meio da vila” circulassem a uma velocidade menor. Ela acrescentou que o trem se chocou inicialmente contra a base de um viaduto, numa área “onde não há visibilidade ruim”.

Foto tirada do viaduto contra o qual o trem colidiu.
Foto tirada do viaduto contra o qual o trem colidiu.ANTXO FERNÁNDEZ

A ADIF, estatal espanhola de infraestrutura, anunciou que o tráfego ferroviário foi interrompido entre as estações de Louredo-Valos e O Porriño (na linha Pontevedra-Tui-Portugal), afetando os trens de média e longa distância que circulam entre Vigo e Ourense e Vigo e Santiago de Compostela. A empresa iniciou uma investigação sobre o acidente, e o plantão judicial do Tribunal de Instrução Número 2 de O Porriño assumiu o caso.

O trem pertence à empresa CP (Comboios Portugal), que desde 2011 tem um convênio com a Renfe para operar o trecho Vigo-Porto. A cada dia, dois Trens Celtas fazem esse percurso internacional, que leva duas horas e 15 minutos, segundo a Renfe.

O trem acidentado é um automotor diesel da série 592, fabricado nos anos 1980. Esses modelos são popularmente conhecidos no setor como camelos, por causa da corcunda que acomoda o ar-condicionado. Foram fabricados entre 1981 e 1984 pelas empresas Macosa e Ateinsa (atual Alstom), e remodelados a partir de 2002, segundo a Renfe. O trem pertence à empresa ferroviária espanhola, que o alugou à CP.

Os principais partidos políticos galegos, que disputam uma eleição regional neste mês, suspenderam seus eventos de campanha nesta sexta por causa do acidente. O vice-presidente da Xunta (Governo regional), Alfonso Rueda, cancelou sua participação num comício em Pontevedra, na qualidade de presidente do PP provincial, e se dirigiu ao local do acidente.

A Renfe e a ADIF manifestaram pesar pelas vítimas e prestaram condolências aos familiares. A Renfe e o Ministério de Fomento da Espanha ativaram o Plano de Assistência a Vítimas de Acidentes Ferroviários e seus Familiares (PAVAF).

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