Oito ilustradoras feministas que você gostaria de conhecer no Instagram
Mulheres em situações do cotidiano ou feminismo para millenials. Conheça as artistas que não podem faltar no seu feed
Sally Nixon (@sallustration)
Mulheres lendo, tomando banho, calçando meias ou untando uma torrada. Meninas em situações do cotidiano fazem coisas do dia a dia. Sem poses, sem olhar “para a câmera”. Esta é a premissa da qual partem as ilustrações de Sally Nixon, uma ilustradora norte-americana que desafiou a si mesma desenhando uma mulher em seu cotidiano durante os 365 dias do ano. Um projeto com o qual todas as suas seguidoras (113.000 no Instagram) podem se identificar. As protagonistas de seus desenhos se distanciam dos julgamentos aos quais as mulheres são permanentemente submetidas (na publicidade, por exemplo), mostrando-se naturalmente e sem complexos. É uma maneira de representá-las que conquistou até mesmo Lena Dunham, que não hesitou em mencioná-la como ilustradora de cabeceira em sua newsletter feminista Lenny Letter. Mulheres sendo simplesmente mulheres, sem poses provocadoras, sorrisos forçados nem hipersexualização. Não pode faltar.
Bodil Jane (@bodiljane)
Os desenhos de Bodil Jane chamarão a sua atenção pelas cores e prenderão você pelo conteúdo. As plantas, os animais e, sobretudo, as mulheres são os protagonistas de suas ilustrações. Bodil Jane (Amsterdã) se formou com todas as honras em desenho há três anos e desde então não parou de angariar adeptos. Seu trabalho combina técnicas manuais e digitais para criar um universo próprio cheio de meninas, também em situações do cotidiano, pintadas de rosa, verde e tons pastel. Uma opção estética reconhecível, na qual a moda cumpre um papel importante e que acabou por leva-la a trabalhar com empresas como Marks and Spencer. Só falta Alessandro Michele conhecer o seu trabalho para a vermos assinando alguma colaboração com a Gucci.
Feminista Ilustrada (@feministailustrada)
“Temos consciência de que a palavra feminista tem conotação negativa. Os mitos existentes em torno do movimento são muito prejudiciais. Não conta com credibilidade, e só de ouvir a palavra já se ergue uma barreira invisível que impede de se compreender o discurso de uma maneira lógica”, afirmam em seu site María Murnau e Helen Sotillo, criadoras da Feminista Ilustrada. Para combater os preconceitos, as duas espanholas decidiram aproximar o feminismo do grande público, de todos aqueles que talvez não façam a menor ideia do que é essa segunda onda, mas que, graças aos seus desenhos, aprenderam a captar os micromachismos que nos cercam. Feminismo para millennials com altas doses de ironia e mensagens muito diretas e claras. Seus mais de 66.000 seguidores refletem sobre a defasagem salarial, o manspreading, a cultura do estupro ou o machismo presente nos brinquedos infantis. Sem grandes teses e com apenas um golpe de vista. Um perfil muito necessário, tanto por seu conteúdo quanto pelo seu frescor.
Julie Houts (@jooleeloren)
Não se deixe enganar pela aparência. Julie Houts não é apenas mais uma ilustradora de moda. Durante o dia, ela trabalha desenhando tops e vestidos para J. Crew. À noite, ironiza sobre o mundo da moda e o significado de ser mulher no século XXI em seu perfil no Instagram. A edição norte-americana da Vogue a elegeu como sua “ilustradora favorita” e sua popularidade não para de crescer: 179.000 seguidores no Instagram e a recente publicação de seu livro, Literally Me. Houts as cria para desenhar meninas com traços perfeitos que falam sobre muito mais coisas do que moda. A ilustração abaixo sintetiza perfeitamente a sua postura: “Quando alguém me pergunta se sou feminista... Que outra porra eu poderia ser?”
Sara Andreasson (@saraandreasson)
Ela criou para empresas como Monki, Nike ou Lacoste, e seus desenhos apareceram, já, nas páginas do The New York Times ou da The New Yorker. Com apenas 28 anos de idade, esta ilustradora sueca radicada em Londres já tomou conta de uma boa quantidade de títulos. E ainda consegue tempo para editar o BBY Magazine, uma publicação que luta “contra a sexualização das meninas e a infantilização das mulheres adultas” por meio da arte. “O mundo da arte é dominado pelos homens. As instituições artísticas são dirigidas por homens. Continuamos a falar de gênios masculinos. E essas estruturas precisam mudar”, apregoa em seu site. Por isso, em sua publicação, há espaço para artistas femininas e queer, e seus próprios desenhos giram em torno de mulheres empoderadas em tons rosa, vermelho e violeta. Formas simples e contrastes geométricos contra o machismo.
Daiana Ruiz (@dai.ruiz)
Suas ilustrações e gifs têm alguma coisa de hipnóticos. Esta artista argentina se inspira na obra de Hockney, Matisse ou no Grupo de Memphis para criar um universo ultracolorido com um traço dos anos oitenta. Não faltam referencias maias e astecas e plantas tropicais, animais exóticos e mulheres, muitas mulheres. “Quero encher o mundo com mulheres fortes”, diz a ilustradora. Sua obra produz uma imagem das meninas dos dias de hoje (quase sempre em movimento), dançando, tirando um selfie ou dirigindo. Lena Dunham também está de olho nela, que é mais uma artista encarregada de emprestar cores (e traços femininos) à newsletter da polivalente diretora e atriz.
Flavita Álvarez (@flavitabanana)
Flavia Álvarez, mais conhecida no universo digital como Flavia Banana, é o exemplo perfeito de que verdades podem ser ditas com recursos simples e poucos: branco e preto, traço simples, personagens sem rostos e mensagens diretas e em letras maiúsculas. Esta catalã, que desenha sem parar desde criança, mostra, em seu perfil no Instagram (no qual tem 230.000 followers), que não existe arma mais poderosa do que a ironia para retratar situações com as quais muita gente se identifica. Seus desenhos tratam de uma infinidade de assuntos, mas se destacam por seus personagens femininos. Mulheres que não falam sobre “coisas de menina”, mas de temas universais. Porque gosta da etiqueta “ilustração de mulheres” e o demonstra desenhando-as.
Daniela Crow (@danielacutre)
“Não preciso saber sua opinião sobre o meu corpo”, “o feminismo é para todos” ou “todos os tamanhos são válidos” –essas são algumas das mensagens que, às vezes em espanhol, às vezes em inglês, acompanham as ilustrações de Daniela Crow ou @danielacutre, que adota esse nome no Instagram em sua maneira de erguer a voz contra a ditadura da beleza. “Aos 11 anos, eu ficava traumatizada quando alguém via as minhas pernas com dois pelinhos quase imperceptíveis, mas que eram pelos, enfim”, conta ela nesse post. Na adolescência, começou a odiar seu corpo e entrou em depressão, até que um texto bastante básico sobre feminismo a ajudou a perceber que existem corpos diferentes e que todas as mulheres têm estrias. Agora, ela expande essa mensagem para o mundo com frases diretas e traços coloridos.
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