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Gilbert Baker, o artista que deu cor e visibilidade ao símbolo do orgulho gay

Criador da bandeira do arco-íris, que completaria 66 anos hoje, é homenageado com um 'doodle'

Gilbert Baker durante a festa do Orgulho Gay de 2002
Gilbert Baker durante a festa do Orgulho Gay de 2002JEFF CHRISTENSEN (REUTERS)

Gilbert Baker, o criador da bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) nasceu em 1951 na cidade norte-americana de Chanute (Kansas). Baker entrou no Exército aos 19 anos e foi enviado a São Francisco (Califórnia) em pleno auge do movimento pelos direitos civis, das mulheres, assim como de reivindicação da homossexualidade. Nesta sexta-feira, dia em que completaria 66 anos, ele é homenageado, com um doodle do Google. 

Dois anos depois, Gilbert Baker decide abandonar o Exército e deixa o serviço militar com honras. Também toma a decisão de ficar em São Francisco, onde aprende a costurar de maneira autodidata e começa a criar cartazes para as manifestações contra a guerra e a favor dos diretos dos homossexuais. É nesse momento que conhece e trava grande amizade com o político e ativista Harvey Milk.

Começa dessa forma uma carreira como artista que tem na bandeira do arco-íris (1978) sua criação mais célebre e que se transformou também no símbolo icônico de sua obra.

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Pela ocasião do desfile do orgulho gay de 25 de junho de 1978, Harvey Milk, o primeiro representante político eleito abertamente gay dos Estados Unidos, deu a Baker a tarefa de desenhar um símbolo que representasse o coletivo homossexual.

Baker costurou alguns tecidos que ele mesmo havia tingido para criar a bandeira do arco-íris. Como o próprio Baker confessou em diversas entrevistas, ele se inspirou na canção Over the Rainbow, interpretada por Judy Garland. Em um primeiro momento, a bandeira foi feita com oito faixas horizontais de diversas cores com um significado particular. Depois de 27 de novembro de 1978, após seu amigo Harvey Milk e o então prefeito da cidade serem assassinados, a demanda pela bandeira do arco-íris cresceu exponencialmente.

Um ano depois da trágica morte de seu amigo, Baker começou a trabalhar na Paramount Flag Company de São Francisco e a partir desse momento começa a criar peças publicitárias para numerosos políticos, presidentes de diversos países e até reis.

Na Paramount Flag Company Gilbert Baker começou a vender uma nova versão da bandeira, reduzida a sete cores, em detrimento da cor rosa, devido à escassa disponibilidade e dificuldades para adquirir essa cor nas fábricas.

O formato que conhecemos hoje foi criado em 1979 diante da necessidade de que as faixas fossem em número par, colocadas metade de um lado da rua no desfile de San Francisco e a outra metade do outro. Dessa forma a bandeira ficou reduzida a 6 cores, desaparecendo o azul-turquesa.

Desde sua criação em 1978, a bandeira do arco-íris se transformou em um símbolo em todo o mundo a favor dos direitos dos homossexuais, transexuais e bissexuais e no ano que vem completará 40 anos. Baker, com sua criatividade e destreza para costurar à mão, substituiu o triângulo rosa existente até então, um símbolo de opressão da classificação nazista às pessoas LGBT na Segunda Guerra Mundial.

Em 1994 o artista, já mundialmente famoso, se muda a Nova York, onde continuou com seu trabalho criativo e seu ativismo. Nesse ano confeccionou a maior bandeira do mundo à época para a comemoração do 25° aniversário dos distúrbios de Stonewall.

Em 2003, para comemorar o também vigésimo quinto aniversário da bandeira LGBT, Baker criou uma bandeira do arco-íris de dois quilômetros que atravessou Cayo Hueso, do Golfo do México até o Oceano Atlântico. Depois das comemorações, enviou diferentes partes da bandeira a mais de cem cidades em todo o mundo.

O local em que seu nome é tão simbólico como a bandeira que criou é o bairro de Castro em São Francisco. Lá, em 1978, começou a mudar a história da visibilidade e o reconhecimento dos direitos do coletivo LGBT, e em sua praça principal, sobre um enorme mastro, ondula há anos uma bandeira com as cores da comunidade gay.

“Uma bandeira cumpre essa missão porque é uma forma de proclamar sua visibilidade, de dizer: ‘Esse sou eu!”, explicou Baker em uma entrevista ao MoMa de Nova York há dois anos, quando o museu adquiriu a bandeira original.

Gilbert Baker, que faleceu em sua casa em Nova York em 31 de março deste ano enquanto dormia, receberá a homenagem do bairro de Castro em São Francisco na quinta-feira, dia 8, enquanto a cidade de Nova York realizará uma marcha em sua memória no dia 14 de junho.

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