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Morre Gilbert Baker, criador da bandeira arco-íris dos direitos dos homossexuais

O artista, de 65 anos, militou em defesa da comunidade LGBT ao lado de Harvey Milk e se tornou símbolo do bairro de Castro, em San Francisco

Amanda Mars
Gilbert Baker (à dir.) ao lado do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, durante a parada do Orgulho Gay de 2002.
Gilbert Baker (à dir.) ao lado do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, durante a parada do Orgulho Gay de 2002.JEFF CHRISTENSEN (REUTERS)

As bandeiras são importantes para as pessoas quando servem para se identificar, quando elas sentem que lhe conferem um lugar no mundo. Na história da luta pelos direitos civis, há um capítulo reservado para Gilbert Baker, o criador da bandeira arco-íris que se tornou o símbolo mundial da comunidade LGBT, antes mesmo que ela tivesse esse nome. Artista e ativista, Baker morreu aos 65 anos. “Meu amigo mais querido se foi. Baker deu ao mundo a bandeira arco-íris, e a mim deu 40 anos de amor e amizade”, afirmou no Twitter, nesta sexta-feira, Cleve Jones. Alguns amigos do artista, citados pelo San Francisco Chronicle, revelaram que a morte aconteceu na noite da quinta-feira em Nova York enquanto Baker dormia, embora as circunstâncias e o local não tenham sido confirmados oficialmente.

De todo modo, o lugar onde o seu nome está marcado, a ferro e fogo, é o bairro de Castro, em San Francisco, onde há quatro décadas ele começou a mudar a história sob o impulso de seu amigo Harvey Milk e onde se realizará uma vigília esta noite em sua homenagem. Ali, no alto de um mastro enorme, há uma bandeira hasteada há anos com as cores da comunidade gay.

O arco-íris foi usado por ele pela primeira vez como símbolo gay em 1978

O arco-íris foi usado por ele pela primeira vez como símbolo gay em 1978. Milk sempre dizia que o importante era que eles fossem visíveis, defendendo algo tão simples como é a sua mera existência, como algo da própria natureza. Chegaram, assim, à conclusão de que era preciso criar um estandarte. “Uma bandeira cumpria essa missão porque é uma forma de proclamar a sua visibilidade, ou de dizer: ‘Este sou eu!’”, explicava Baker em uma entrevista no MoMA há dois anos, quando o museu passou a abrigar a bandeira original.

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Sua estreia aconteceu na marcha de 25 de junho daquele ano em San Francisco. Cinco meses depois, o vereador Harvey Milk, primeiro ocupante assumidamente homossexual de um cargo público, morreu assassinado ao lado do então prefeito da cidade. Baker passou a se dedicar, a partir daí, à criação de bandeiras e, obviamente, ao ativismo LGBT.

Ele nasceu em 1951, em Kansas, e serviu o Exército entre 1970 e 1972, o que o levou a San Francisco justamente no momento em que o movimento de liberação gay começava a ganhar corpo, segundo conta em sua biografia. Sua história como soldado é uma das que estão reunidas no livro Conduct Unbecoming [Comportamento impróprio], de Randy Shilts, sobre homossexuais e lésbicas militares nos Estados Unidos. Baker deixou o serviço militar com honras, segundo o seu perfil, e se instalou na cidade californiana, aprendendo ali a fazer bandeiras.

Aquela que o tornou uma celebridade completará 40 anos em 2018. Baker já não poderá vê-la. Jones, o amigo que anunciou a sua morte, publicou no Twitter uma foto do artista junto com o ex-presidente Barack Obama. Há outras também com o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg. Ele convidou as pessoas a prestarem uma homenagem ao artista em Castro. E também teve de responder a um ou outro ataque.

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