Morre Roger Moore aos 89 anos
O ator, célebre por interpretar a James Bond em sete filmes da saga 007, morreu na Suíça
James Bond também é mortal. O ator britânico Roger Moore faleceu nesta terça-feira na Suíça, aos 89 anos, em decorrência de um câncer, segundo comunicado da família. É o primeiro adeus de um intérprete do agente 007. Moore representou Bond em sete filmes da saga oficial. Substituiu Sean Connery no papel entre 1973 e 1985, sendo o ator que mais vezes interpretou no cinema o personagem criado por Ian Fleming.
With the heaviest of hearts, we must share the awful news that our father, Sir Roger Moore, passed away today. We are all devastated. pic.twitter.com/6dhiA6dnVg
— Sir Roger Moore (Legacy) (@sirrogermoore) May 23, 2017
“Com grande tristeza, temos de anunciar que nosso querido pai, Sir Roger Moore, morreu hoje [terça-feira] na Suíça, depois de uma breve, mas corajosa batalha contra o câncer. O amor pelo qual foi cercado em seus últimos dias foi tão grande que não pode ser medido em palavras. Sabemos que nosso amor e admiração serão ampliados muitas vezes em todo o mundo por pessoas que o conheceram por meio de seus filmes, de seus programas de televisão e por seu apaixonado trabalho com o UNICEF [o ator era embaixador da organização], que ele considerava sua maior conquista. O carinho que nosso pai sentia cada vez que pisava no palco ou se colocava diante de uma câmera o incentivou a continuar trabalhando com 90 anos, com sua última aparição em novembro de 2016, no palco do Royal Festival Hall de Londres. A multidão o aplaudiu, dentro e fora do palco, sacudindo os pilares do edifício, localizado a uma curta distância de onde nasceu. Obrigada papai, por ser você e por ser tão especial para tantas pessoas”, é o texto na íntegra do comunicado divulgado por seus filhos.
Seus sete filmes de Bond são: Com 007 Viva e Deixe Morrer; 007 Contra o Homem Com a Pistola de Ouro; 007 - O Espião Que Me Amava; 007 Contra o Foguete da Morte; 007 - Somente para Seus Olhos; 007 Contra Octopussy; e 007 Na Mira dos Assassinos. Foi o terceiro ator da história a assumir o papel do agente 007, depois do australiano George Lazenby e de Connery; foi substituído por Timothy Dalton, em 1985. Desde então, o papel passou para Pierce Brosnan e Daniel Craig, o James Bond até a presente data e o melhor, segundo o próprio Moore.
O ator britânico foi, ao mesmo tempo, o ator que assumiu e deixou o papel de espião com idade mais avançada: estreou aos 43 anos e pendurou o terno e as pistolas com 57. Talvez também tenha sido o que mais charutos fumou: seu contrato lhe proporcionava uma quantidade ilimitada de charutos Montecristo, tanto que, segundo a lenda, a conta somou milhares e milhares de libras. Além de seu papel mais conhecido, o currículo cinematográfico de Moore conta com mais de 50 filmes e dezenas de aparições na televisão, incluindo O Santo, onde, nos anos sessenta, interpretou por sete anos o aventureiro Simon Templar, e The Persuaders, no qual era Lord Brett Sinclair, um milionário que tentava consertar o mundo, juntamente com o personagem de Tony Curtis.
Precisamente graças a estas duas séries alcançou a fama mundial que o colocou na primeira fila para o papel de Bond. No final das contas, seus personagens em O Santo e The Persuaders não diferiam muito do espião com mais glamour e fama do cinema. Antes de vestir o terno de Bond, Moore havia tentado o estrelato em Hollywood, onde chegou nos anos cinquenta, mas acabou voltando para o Reino Unido sem atingir seu objetivo.
Moore nasceu em Londres, em 1927, filho de uma dona de casa, Lillian Pope, e do policial, George Moore. Quando jovem, sonhava em ser cartunista, mas, no final, e depois de passar pelo exército britânico, optou por ser ator: entrou na Academia Real de Arte Dramática e começou sua carreira teatral. “Você não é muito bom, por isso sorria muito cada vez que sair”, disse o próprio Moore sobre o comentário de seu primeiro agente, segundo a BBC.
Aquela frase o perseguiu mesmo em suas interpretações de Bond. A mesma emissora britânica lembra que os sete filmes do 007 da era Moore convenceram a bilheteria, mas muito menos a crítica. Muitas vezes, as críticas lamentavam, por um lado, que o ator havia transformado Bond em um personagem engraçado, no lugar do espião elegante interpretado por Connery, e, por outro, que a própria série tinha focado excessivamente no entretenimento para as famílias.
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