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Greve geral: veja o que não vai funcionar nesta sexta-feira, 28 de abril

Dezenas de categorias profissionais aderiram à paralisação em vários Estados do Brasil Movimento deve afetar atividades de transporte, educação, aeroportos e comércio

Ato na Paulista contra a proposta de reforma na Previdência em março.
Ato na Paulista contra a proposta de reforma na Previdência em março.MIGUEL SCHINCARIOL (AFP)
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Nesta sexta-feira, 28 de abril, milhares de pessoas ameaçam cruzar os braços, quase 100 anos após a primeira greve geral da história do Brasil, ocorrida em julho de 1917. A greve geral do dia 28 é uma resposta ao pacote de medidas lançadas pelo Governo de Michel Temer, com especial foco na reforma trabalhista e da Previdência. Embora a adesão dá sinais de ter crescido nos últimos dias – até a cantora Gal Costa adiou seu show em Salvador por conta da paralisação – só será possível medir o sucesso da convocatória na própria sexta-feira. Por enquanto, dezenas de categorias mostraram seu apoio ao movimento em todos os cantos do país. Bem sucedida ou não, a greve geral desta sexta tem sido um dos assuntos mais procurados no Google nos últimos dias. Confira aqui os serviços que devem parar.

Acompanhe aqui como está a situação, em tempo real, destes serviços na cobertura AO VIVO da greve geral.

São Paulo

Metrô, trens e ônibus

Se locomover em São Paulo prevê ser complicado nesta sexta. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo afirmou que irá aderir, e que as atividades nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás serão paralisadas por 24 horas. A linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro, deve operar normalmente. Os ferroviários também decidiram em assembleia se somar à paralisação e as linhas 7 e 10 da CPTM não vão funcionar por 24 horas a partir do primeiro minuto do dia 28. Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo também aprovaram a adesão à greve. Liminar do Tribunal Regional do Trabalho determinou que 80% dos funcionários do metrô devem trabalhar nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16 às 19h) e 60% nos restante do dia. Se a ordem for descumprida, haverá multa.

Para evitar que a paralisação afete os serviços municipais, o prefeito João Doria Jr. (PSDB), chegou a anunciar uma parceria com os aplicativos de transporte Uber e 99 para que transportem de graça servidores que decidirem trabalhar, mas, segundo a Folha de S. Paulo, o acordo não vingou.

Escolas

O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), que representa as escolas particulares do Estado, aprovou a paralisação. Aderiram também o sindicatos dos professores municipais (SINPEEM) e estaduais (APEOESP). Entre as reivindicações, fora a reforma trabalhista e da Previdência, os professores protestarão contra a reforma do ensino médio. Escolas católicas também aderiram, apoiadas na orientação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que apoia o movimento.

Saúde

O Sindicato de Trabalhadores da Saúde (SindSaude-SP) anunciou que pelo menos 13 unidades hospitalares estaduais, como o Hospital Cachoerinha, devem parar suas atividades integralmente, enquanto mais dez interromperão os trabalhos durante parte da jornada. O sindicato ressalta que devido à complexidade da saúde quando se organiza paralisação ou greve, os setores de urgência e emergência continuam funcionando, mesmo que com números reduzidos de trabalhadores.

Bancos

Conforme o sindicato que representa a categoria em São Paulo, Osasco e região, oito em cada dez bancários decidiram pela participação na mobilização.

Aeroportos

O Sindicato Nacional dos Aeronautas, entidade representativa de pilotos e comissários de voo, já decretou estado de greve mas deve deliberar nesta quinta, em assembleias em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Campinas, sobre a paralisação. O sindicato dificilmente deve decretar greve, uma vez que a categoria precisa avisar a paralisação com 72 horas de antecedência.

Os aeroviários de Guarulhos, que integram os quadros de empresas de transporte aéreo, decidiram em assembleia aderir a greve. A previsão é que apenas 30% dos funcionários mantenham as atividades. Diante a convocatória, companhias aéreas como a Gol ofereceram aos passageiros anteciparem ou adiarem suas viagens para evitar transtornos.

Comércio

O Sindicato de Comerciários de São Paulo prevê na sexta-feira uma 25 de março, a principal via comercial da cidade, deserta. “Se pessoas não vão ter como se locomoverem como vão vir para trabalhar ou comprar. O sindicato não vai fazer nenhuma ação para parar, mas o comercio aderiu ao movimento”, explica Ricardo Patah, presidente da UGT que assegura que a greve terá impacto nos 79.000 pontos comerciais da cidade, nos quais trabalham cerca de 500.000 pessoas.

Rio de Janeiro

Metrô, trens e ônibus

As categorias de transporte no Rio também aderiram à greve. O maior impacto está previsto no transporte rodoviário, já que motoristas, cobradores e fiscais de ônibus municipais e intermunicipais resolveram parar suas atividades na sexta. As linhas de BRT, VLT, coletivos turísticos e escolares não devem funcionar também. As barcas, que unem a capital com Niterói e outros destinos, devem parar a partir das 6h, conforme anunciou os sindicatos, embora o próprio serviço informa que funcionará com “grade normal”. Já o metrô do Rio funciona normalmente.

Escolas

A secretaria municipal de Educação definiu a sexta-feira como dia normal de trabalho, mas reconhece que não pode responder pela adesão dos professores nem pelos sindicatos. O sindicato de professores municipais apoia a greve e promete uma “paralisação integral das escolas”, mesmo espírito dos profissionais do ensino do resto do Estado que preveem a suspensão das aulas em 29 cidades fluminenses. Os professores se unirão à manifestação que congregará todas as categorias grevistas no começo da tarde na Cinelândia.

Saúde

O serviço essencial dos hospitais deve ser mantido, segundo o Sindicato de Enfermeiras do Rio, mas a previsão é que que haja paralisação tanto em postos de saúde como em clínicas de família. O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro também aderiu à greve, embora serão os doutores de cada uma das unidades de saúde os que devem decidir sobre a paralisação.

Bancos

Os bancários do Rio consideram-se diretamente atingidos pelas reformas trabalhistas do Governo e também cruzarão os braços na sexta.

Tribunais

Os servidores públicos do Estado, como os funcionários do Poder Judiciário, cruzarão os braços e apenas atenderão demandas urgentes. O Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal chamou à paralisação em cada um dos locais de trabalho.

Forças de Segurança

A Polícia Civil do Rio, que vinha de uma greve de cerca de três meses por conta da situação financeira do Estado, vai apoiar a paralisação mas não aderir à greve, em razão da recente decisão do STF que declarou institucional qualquer greve dos servidores públicos da segurança pública. Espera-se, por outro lado, a adesão de agentes, escrivães, papiloscopistas, peritos e delegados da Polícia Federal assim como agentes da Polícia Rodoviária. As categorias também foram convocadas para a caminhada que deve sair às 15h da Assembleia Legislativa com destino a Cinelândia, onde está prevista uma grande manifestação.

Outros Estados

A greve geral deve ter reflexo em outros Estados do Brasil. Rodoviários, metroviários, metalúrgicos, petroleiros professores, servidores públicos e até policiais prometem ser os mais engajados.

Em Belo Horizonte, como no Rio, motoristas de ônibus paralisarão suas atividades em garagens e terminais, assim como o resto de trabalhadores rodoviários e os bancários. Os rodoviários e metroviários, uma das categorias mais combativas, vão parar juntos, pelo menos, no Distrito Federal, no Recife, em Porto Alegre.

Em Pernambuco, a lista de categorias que aderiram à paralisação, segundo a CUT, é ampla e vai dos metroviários à Polícia Civil. Entre os grevistas encontram-se também os petroleiros, guardas municipais do Recife, enfermeiros, condutores de ambulância e até o sindicato dos porteiros.

Na Bahia espera-se a adesão dos servidores públicos de saúde, rodoviários de Salvador, da Polícia Civil, dos petroleiros, professores da rede pública, metalúrgicos, bancários e servidores públicos estaduais. No Ceará, deve parar o transporte e até o comércio, assim como petroleiros, professores e servidores públicos.

Em Mato Grosso, policiais civis, agentes penitenciários, servidores de saúde e professores da rede estadual devem aderir à greve. Na capital, além da paralisação dos serviços, as categorias marcaram um grande ato na Praça Ipiranga, centro, a partir das 15 horas, convocado pela CUT.

No Maranhão, a lista é extensa. Espera-se a adesão de professores, trabalhadores rurais, servidores municipais e federais, funcionários dos Correios, profissionais da saúde e dos rodoviários.

Em Alagoas, aderiram à greve professores do ensino público e particular, bancários, servidores federais e funcionários de transporte público de Maceió.

No Amazonas, não haverá atividades na construção civil e espera-se o apoio à greve da Polícia Civil aos petroleiros, com a adesão de outras categorias como os professores universitários, rodoviários e bancários.

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