FHC nega ‘acordão’ contra Lava Jato e defende diálogo “às claras” sobre crise
Ex-presidente reagiu à reportagem da 'Folha' sobre reuniões com Lula e Temer para tratar do tema
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rejeitou neste domingo estar participando de articulações com o também ex-presidente Lula e com Michel Temer para a sobrevivência política do seu PSDB, do PT e do PMDB em meio ao tsunami provocado pelas denúncias dos delatores da Odebrecht. O tucano usou sua conta no Facebook para se pronunciar: "Não participei e não participo de qualquer articulação para estancar ou amortecer os efeitos das investigações da Operação Lava Jato. Qualquer informação ou insinuação em contrário é mentirosa."
FHC reagia, sem citar, a uma reportagem da Folha de S. Paulo, que na quinta-feira, disse que ele, Lula, Temer, além de o ex-ministro Nelson Jobim e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, estariam em contato desde o ano passado para tentar uma reaproximação e discutir caminhos. O eixo das conversas, segundo a reportagem, gira em torno da manutenção de Michel Temer no poder, a elegibilidade de Lula, réu na Lava Jato, nas próximas eleições e mudanças na lei eleitoral.
As especulações sobre as movimentações no mundo político para conter o estrago das investigações circulam há meses. Publicamente, o ex-presidente tucano tem defendido a Lava Jato, mas com o envolvimento de nomes do PSDB no escândalo tem dito também que não é justo tratar igualmente contribuição ilegal de campanha, o caixa 2, com outros tipos de ilícitos, como venda de leis e pagamento de propina. No Congresso, há uma corrente que tenta emplacar uma anistia para o tipo de crime enquanto outros grupos articulam uma reforma política que valha já para as eleições legislativas e presidenciais de 2018.
Em sua mensagem, o ex-presidente disse que o país vive uma "crise gravíssima com desdobramentos econômicos e sociais imprevisíveis" e, por isso, "o diálogo em torno do interesse nacional" é oposto a conchavos, requerendo a presença de representantes do mundo político e da sociedade. Só assim, defendeu, é possível se movimentar com o "propósito de refundar as bases morais da política". FHC ainda disse que o país passa por um "desmoronamento da ordem político partidária e das distorções do sistema eleitoral". Sobre sua participação em articulações com Lula e Temer, ainda ressaltou: "qualquer informação ou insinuação em contrário é mentirosa".
O ex-presidente ainda aproveitou o espaço do Facebook para se defender das acusações de Emilio Odebrecht, que disse ter pago "vantagens indevidas não contabilizadas" nas campanhas de 1994 e 1998: "Basta ouvir a íntegra das declarações de Emílio Odebrecht em seu depoimento ao Judiciário para comprovar que nelas não há referência a qualquer ilicitude por mim praticada nas campanhas presidenciais de 1994 e 1998 (anos de início de mandato)". Por fim, ele ainda defendeu a continuidade das investigações. "Devem prosseguir", escreveu.
Na última vez que falei nesta página insisti em que chegou a hora de por as cartas na mesa: não participei e não...
Posted by Fernando Henrique Cardoso on Sunday, April 16, 2017
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Arquivado Em
- Caso Odebrecht
- Fernando Henrique Cardoso
- Luiz Inácio Lula da Silva
- Odebrecht
- Michel Temer
- Partido dos Trabalhadores
- Subornos
- Presidente Brasil
- Presidência Brasil
- Corrupção política
- Corrupção
- Casos judiciais
- Governo Brasil
- Brasil
- Construção
- Partidos políticos
- América do Sul
- América Latina
- Governo
- América
- Empresas
- Administração Estado
- Economia
- Administração pública
- Indústria